A atual questão migratória na Europa a partir do pensamento de Foucault
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18039 |
Resumo: | O presente estudo discute a questão dos atuais fluxos migratórios em direção à Europa tomando por base alguns conceitos formulados no período genealógico das análises de Foucault. Sendo assim, buscou-se mostrar como as intervenções dos governos dos Estados europeus, voltados à migração, apresentam um caráter essencialmente securitário, sustentado por discursos e práticas xenófobos dirigidos aos migrantes, indistintamente, mesmo àqueles que teriam direito a refúgio, segundo as convenções internacionais. Esses discursos e práticas procuram estimular o medo do perigo, possuem como justificativa política a manutenção da ordem vigente e acabam por produzir duas figuras: o sujeito perigoso (o migrante) e o sujeito em perigo (as populações dos países europeus). Assim, a migração irregular é criminalizada e o migrante se torna um criminoso. Dentro dessa lógica, as intervenções governamentais, que se valem, inclusive, de significativos recursos tecnológicos, funcionam como barreiras que, promovendo a ordenação de um meio, objetivam limitar a circulação de migrantes para e no território europeu. Portanto, trata-se de regular as multiplicidades por intermédio de dispositivos de segurança correlacionados a uma forma específica de poder – a biopolítica – que, desde o século XVIII, é impensável fora dos quadros da governamentalidade liberal. Essa forma de poder assume, como sua tarefa mais elevada, gerir a vida, fazer viver mais e melhor, estimular e controlar as condições de vida de uma determinada população (no caso, as populações dos países europeus), ainda que para isso seja preciso expor inúmeras outras vidas à morte. |