Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Beserra, Fernando Pereira [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/181942
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Resumo: |
A dificuldade de cicatrização de feridas é uma das principais complicações decorrentes do Diabetes mellitus (DM), que torna o processo cicatricial mais lento e o tratamento mais dispendioso. O presente estudo teve como objetivo investigar o efeito e os mecanismos do lupeol envolvidos no processo de cicatrização de feridas cutâneas experimentais in vitro e em ratos normoglicêmicos (RN) e hiperglicêmicos (RH). Foi investigado o efeito do lupeol (0,1, 1, 10 e 20 μg/mL) em ensaios in vitro de cicatrização de feridas utilizando queratinócitos e fibroblastos de prepúcio neonatal humano. Para os estudos in vivo, ratos Wistar machos (n=8) foram randomicamente divididos nos seguintes grupos experimentais usando RN: creme base, colagenase 1.2 U/g, creme à base de lupeol 0,1%, 0,2% e 0,4% tratados durante 3, 7 e 14 dias. O estudo realizado em RH, os grupos foram divididos em: creme base, insulina 0.5 U/g e creme à base de lupeol 0.2% (menor dose efetiva em RN) em RH tratados durante 14 dias. A indução experimental de feridas cutâneas foi realizada na região dorsal dos ratos com o auxílio de um punch de 2 cm de diâmetro. Foram investigados parâmetros macroscópicos, histológicos, imunohistoquímicos, imunoenzimáticos e moleculares. Os resultados in vitro mostraram que, baixas concentrações do lupeol foi capaz de estimular a migração e proliferação celular de queratinócitos, efeito contrátil em fibroblastos dérmicos embebidos em um solução gel de colágeno, possivelmente através das vias PI3k/Akt, MAPK/p38, vias sinalizadoras envolvidas na proliferação/migração celular, angiogênese e reparo tecidual. Nossos resultados in vivo mostraram potencial cicatricial do lupeol após 7 e 14 dias de tratamentos em feridas de ratos normoglicêmicos. Lupeol mostrou atividade anti-inflamatória, com significativa redução de TNF-α, IL-6 e NF-κB, e aumento nos níveis de IL-10, atividade proliferativa por estimular a expressão de Ki-67, aumento do processo angiogênico por aumento da expressão de VEGF, estímulo da reepitelização observados pelo aumento de EGF e remodelação da matriz extracelular por estimular a síntese de colágenos. Os resultados em RH, mostraram um aumento na porcentagem de retração da lesão a partir do 11º dia de tratamento após da indução da lesão. As análises histopatológicas revelaram uma diminuição da infiltração de células inflamatórias, aumento da proliferação de fibroblastos, vascularização e deposição de fibras colágenas no tratamento com lupeol. Os resultados do ELISA revelaram níveis de TNF-α e IL-6 reduzidos e níveis de IL-10 sobreregulados, mostrando atividade anti-inflamatória. Os resultados moleculares e imunohistoquímicos confirmaram o potencial anti-inflamatório do lupeol através da redução de NF-κB e do estresse oxidativo por aumentar a expressão de enzimas antioxidantes, como HO-1 e SOD-2, bem como mecanismos de proliferação celular, angiogênese e remodelamente de matriz extracelular estimulados por FGF-2, TGF-β1, HIF-1α e colágeno III. Nossos achados permitem concluir que o lupeol pode servir como uma nova opção terapêutica para o tratamento de feridas cutâneas normais e em condições hiperglicêmicas, regulando os mecanismos envolvidos nas fases inflamatória, proliferativa e de remodelação tecidual. |