Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Mariza Aires |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/191455
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Resumo: |
O câncer de próstata (CP) é a neoplasia maligna urológica mais comum e a segunda principal causa de mortalidade de homens associada ao câncer no mundo. O tratamento é iniciado por meio de intervenções cirúrgicas que abrangem a prostatectomia radical, tratamentos radioterápicos, terapias envolvendo privação androgênica e as imunoterapias. A quimioterapia também é bastante utilizada e recentes estudos demonstraram um controle notável do crescimento do CP utilizando docetaxel (DTX). No entanto, o DTX apresenta efeitos colaterais associados à toxicidade, tanto do fármaco como da formulação, Taxotere®. Em consequência disso, o desenvolvimento de sistemas nanotecnológicos de liberação de fármacos, como lipossomas, tem sido promissor para o tratamento do CP, em virtude das múltiplas características favoráveis desses nanosistemas, como biocompatibilidade e biodegradabilidade. Uma abordagem atrativa é a modificação superficial dos lipossomas com ligantes específicos dos receptores regulados nas superfícies de células tumorais, como os receptores de transferrina, que podem ser superexpressos em células tumorais de próstata. O atual trabalho visou desenvolver, caracterizar e avaliar a citotoxicidade in vitro de lipossomas funcionalizados com transferrina para veiculação do DTX no tratamento do CP. Os lipossomas foram obtidos por meio da técnica clássica da hidratação do filme lipídico e foram constituídos pela mistura de fosfatidilcolina de soja (SPC): colesterol (Col) : DSPE-PEG (2000)-Maleimida e SPC:Col:DSPE-PEG (2000)-Maleimida:DTX, nas proporções molares 10:2:0.78 e 10:2:0.78:0.52, respectivamente. As caracterizações foram realizadas a partir das formulações vazias e com DTX antes e após o processo de funcionalização. Foram realizadas análises do diâmetro médio da partícula, índice de polidispersidade (IPD) e potencial zeta (PZ) empregando o equipamento Dinamic Light Scattering (DLS) e análise morfológica por microscopia eletrônica de transmissão (MET). Os valores do diâmetro médio obtidos se mantiveram menores que 100nm, o IPD em 0,400 e o PZ entre -23,06 a -21,2mV. Por meio da MET foi possível comprovar a morfologia esférica da vesícula, corroborando o tamanho obtido pela técnica de DLS. Foram realizadas análises da concentração por Análise de Rastreamento de Nanopartículas (NTA). O processo de funcionalização foi obtido com sucesso e as estruturas primárias, secundárias e terciárias da transferrina avaliadas por SDS-PAGE, dicroísmo circular e por espectroscopia de fluorescência confirmaram que o processo não alterou a sua integridade. A eficiência de funcionalização foi de 31% avaliada pelo ensaio BCA. Para avaliar a eficiência de encapsulação e a liberação do DTX a metodologia analítica foi validada por cromatografia liquida de alta eficiência. Verificou-se que 69 e 37% de DTX estava encapsulado nos lipossomas sem e com funcionalização, respectivamente. O ensaio de liberação foi realizado em PBS pH 7,4 com 1,25% de lauril sulfato de sódio utilizando membranas de diálise de celulose de peso molecular 12-14kDa para o fármaco livre, sistemas funcionalizados (B) e não funcionalizados (D) contendo docetaxel. A difusão do fármaco livre através da membrana foi superior a 60% após 72 horas de estudo, demonstrando que a liberação do DTX não foi limitada pela membrana de diálise. No caso dos lipossomas, a liberação de DTX foi de 51,70% e 31,97% para os lipossomas não funcionalizados e funcionalizados, respectivamente. Os ensaios de citotoxicidade in vitro e uptake celular em linhagens PC-3 e PNT2 sugerem que os lipossomas vazios e vazios funcionalizados não são tóxicos às linhagens testadas; no entanto, os lipossomas carregados com DTX apresentaram elevada toxicidade em ambas as linhagens. Através do ensaio de microscopia confocal e citometria de fluxo foi possível comprovar que os lipossomas funcionalizados apresentaram uptake pronunciado em linhagem PC3. Pode-se comprovar também a interação desses sistemas com os TfR’s superexpressos na superfície celular através da QCM-D. Os resultados obtidos evidenciam que os lipossomas funcionalizados com transferrina são uma estratégia promissora para entrega de docetaxel, porém estudos adicionais em modelo celular tridimensional e in vivo são necessários. |