Coronavírus e o reflexo da pandemia para hipertensos e/ou diabéticos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Teruel, Gabriela Peres [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/235055
Resumo: Introdução: No momento atual, vivencia-se o impacto da pandemia da Covid-19 causada pelo novo coronavírus. Devido à sua alta transmissibilidade, a doença se tornou um grande desafio para a saúde pública mundial pelos fatores associados tanto à saúde física e mental dos indivíduos. Objetivo: No capítulo 1, o objetivo foi analisar o conhecimento, atitude sobre a Covid-19 e saúde bucal autorreferida em hipertensos e/ou diabéticos; no capítulo 2, buscou-se avaliar medo, ansiedade, depressão, estresse pós-traumático e saúde bucal autorreferida dos idosos hipertensos e/ou diabéticos que testaram positivo para Covid-19. Metodologia: A pesquisa se trata de dois estudos transversais quantitativos. Para a condução metodológica do primeiro capítulo, a amostra foi composta por 505 hipertensos e/ou diabéticos, do município de Araçatuba/SP, referência do Departamento Regional de Saúde (DRS) II. O DRS II engloba 40 municípios do noroeste paulista e possui 149.912 hipertensos e 49.912 diabéticos cadastrados, sendo 10.430 hipertensos e 4.698 diabéticos listados no Sistema Único de Saúde (SUS) de Araçatuba/SP. Desse modo, a composição da amostra foi realizada por meio da amostragem aleatória simples por reposição e foram considerados todos os hipertensos e/ou diabéticos do município com cadastro atualizado no SUS e que atendessem aos critérios de inclusão, no caso, consentimento para participar do estudo e pertencer a uma região adstrita da Unidade Básica de Saúde de referência. Ao total, foram realizadas 1614 ligações. Aplicou-se um instrumento de múltipla escolha sobre o tema. Para o processamento estatístico, utilizou-se teste qui-quadrado nos softwares Epi Info 7.1 e BioEstat 5.0. No segundo capítulo, fizeram parte do universo amostral 310 hipertensos e/ou diabéticos do município de Araçatuba/SP. Foram aplicados dois instrumentos validados, um com escalas de 0 a 3 sobre medo, ansiedade e depressão; e, outro, o Post-Traumatic Stress Disorder Checklist – Civilian Version, com escalas de 1 a 5 sobre estresse pós-traumático. Para abordar a saúde bucal autorreferida, foi aplicado um questionário de múltipla escolha. Para a análise de dados, foram utilizados estatística descritiva e teste qui-quadrado, ANOVA com e sem correção, e teste exato de Fisher nos softwares Epi Info 7.1, Prisma 8.0.2 e BioEstat 5.0, considerando, para todas as análises, o nível de significância de 5%. Resultados: No capítulo 1, participaram hipertensos (n=319), diabéticos (n=97) e com as duas comorbidades concomitantes (n=89). No que diz respeito ao conhecimento sobre o tempo de contágio do vírus, 15% dos entrevistados responderam de forma incorreta, 35% das pessoas ainda acreditam que o novo coronavírus possui uma cura específica com medicamentos e 36% acham que não é uma doença grave. Em relação ao conhecimento e atitude, houve associação entre a percepção sobre a doença ser grave e estar se prevenindo (p< 0,0001). No que tange à saúde bucal, 9% não procuraram o cirurgião dentista por medo da Covid-19, 5% necessitavam de atendimento de urgência e 9% relataram apresentar alguma alteração bucal que precisava de tratamento. Além disso, houve associação entre achar que necessitava de atendimento odontológico e não procurá-lo por medo da Covid-19 (p< 0,0001). No capítulo 2, os entrevistados se dividiram em hipertensos (n=159), diabéticos (n=36) e com as duas comorbidades concomitantes (n=34), com idade média de 72,61 anos. Em relação ao isolamento social, a maioria (n=304) relatou seguir as recomendações de forma adequada, mas, quando questionada se “precisou sair de casa em algum momento durante o período que estava transmitindo o vírus”, grande parte (n=195) relatou ter saído do isolamento, sendo observada estatística relevante quando os fatores foram associados com p<0,0001. De acordo com o instrumento que avalia medo, ansiedade e depressão, houve significância estatística entre as variáveis de 0 a 3 com os 21 itens do questionário no teste ANOVA com p<0,0001. Segundo o instrumento de estresse pós-traumático, houve significância estatística entre as variáveis de 1 a 5 com os 17 itens do questionário no teste ANOVA com p<0,0001. Sobre a saúde bucal autorreferida, 83% dos entrevistados não utilizam o fio dental para higienização dentária. Houve significância estatística entre “apresentam sangramento gengival” com “realizam a escovação dentária apenas uma vez ao dia”, com p<0,0001, e “precisou sair de casa em algum momento durante o período que estava transmitindo o vírus” com “não procuraram por atendimento odontológico por medo da Covid-19”, com p<0,0001. Conclusão: No primeiro capítulo, percebe-se que o conhecimento e a atitude ainda são falhos e que há o medo de procurar o consultório odontológico mesmo quando necessário. No segundo capítulo, conclui-se que são altos os níveis de estresse pós-traumático, ansiedade, depressão e medo dos idosos e que há necessidade de tratamento odontológico mesmo em tempos de pandemia.