Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Brogna, Marcos Roberto Souza |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/239812
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Resumo: |
A partir de uma perspectiva teórico-epistemológica que articula comunicação e experiência estética, em um estudo que se insere na compreensão da produção de sentido da cultura midiática, esta pesquisa tem como ponto de partida o documentário Narciso em férias. Em audiovisual e lançado em 2020 no universo do streaming, ele traz um fato ocorrido em 1968, que já foi retratado em livro impresso de 1997, abarcando Brasis de contextos diferentes, mas que se espelham. Do Brasil da ditadura militar para o Brasil que elegeu um ex-capitão do Exército para presidente República, saudosista assumido dos anos de chumbo, Narciso em férias traz a história da prisão de Caetano Veloso, ocorrida logo após a decretação do AI-5, contada por ele mesmo em frente às câmeras de maneira performática e repleta de estesias. Uma relação transmidiática que sai da narrativa impressa sobre os dias na cela sem espelhos (que inspira o músico a se entender como um narciso em férias) e convida a mediações entre as celas das bolhas digitais dos tempos de hoje. E um fenômeno que se mostra trans em diversos outros sentidos, pois transita não apenas entre plataformas, mas entre Brasis de ontem e de hoje, sugerindo, ainda, reflexões sobre o país de amanhã. Às vésperas do centenário da Semana de Arte Moderna de 1922, a Tropicália reaparece e nos convida a repensar o Brasil onde o arcaico e o moderno continuam a coexistir, em polarizações. E Caetano, personagem que “organiza o movimento” tropicalista, reorganiza um movimento ainda vivo que este trabalho propõe enxergar, buscando revisitar: a Tropicália sob os pontos de vista antropofágico (sua inspiração), alegórico (sua característica) e estésico (suas interações vivas e em movimento de troca de sentidos); Caetano, como um artista subversivo (preso por incomodar a ditadura com sua produção artística), um corpo indócil (chamado de “desvirilizante” pelos militares), um perfil conectado (que transita pelas redes de hoje), um ser humano sempre em estesia com a sociedade (a mexer com afetos e desafetos, em alteridade) e que suscita a dúvida se ele é mesmo um narciso; e o entendimento do documentário Narciso em férias sob pontos de vista descritivo, analítico e contextual-interpretativo entre o Brasil dos anos 1960 e 2020. |