Representações literárias da história brasileira do século XIX: estudo comparativo entre os romances históricos de Márcio Souza e os de Erico Verissimo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mesquita, Maria Cláudia de [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/181182
Resumo: Os romances históricos apresentam fatos históricos ficcionalizados, ou seja, recriados para a literatura. Neste trabalho foram analisados os três primeiros volumes que compõem a tetralogia Crônicas do Grão-Pará e Rio Negro, de Márcio Souza, e os livros da primeira parte da trilogia O Tempo e o vento, de Erico Verissimo. Tais romances tratam das guerras separatistas ocorridas nas regiões Norte e Sul do Brasil no século XIX, sendo a Cabanagem e a Farroupilha, respectivamente. Márcio Souza dedica sua tetralogia a Erico Verissimo, demonstrando uma afinidade inicial entre suas obras, embora com projetos literários diferentes: enquanto o escritor gaúcho narra a construção e a formação de uma identidade para a região sul do país, o autor amazonense traz uma região despedaçada e desconstruída tanto pela chegada dos estrangeiros como pela negação dos que ali viviam. A crítica social está presente nos dois autores e busca denunciar as desigualdades presentes desde o século XIX no Brasil. Nesta análise destacam-se os aspectos sociais, culturais, políticos e econômicos de cada região naquela época que são apresentados nos romances. Dessa forma, o objetivo desta pesquisa é realizar um estudo comparativo entre esses romances e observar como as características que o compõem se estruturam para traçar um panorama histórico, considerando que o tempo da história (enunciado) é semelhante nos dois universos ficcionais, mas o do discurso (enunciação) é diferente, contando inclusive com diferentes narradores. Os romances apresentam também diferentes posicionamentos quanto ao contexto de produção de cada autor. Enquanto os de Erico Verissimo ainda alimentam uma esperança no futuro, os de Márcio Souza são marcados por um clima de poucas ilusões quanto à luta pela transformação social.