Obesidade e aterosclerose subclínica: uma abordagem multifatorial em adolescentes do arquipélago de Fernando de Noronha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Miguel, Lílian Débora Paschoalin [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/148600
Resumo: A obesidade tornou-se uma epidemia mundial – “Globesidade”. O tecido adiposo é essencial à homeostase corpórea, produzindo moléculas biologicamente ativas como reguladores do metabolismo glicolipídico, moduladores da saciedade e substâncias pró ou antinflamatórias. Seu acúmulo, porém, associa-se à maior incidência de Diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares e câncer. Diversos estudos longitudinais demonstraram a correlação entre obesidade infantil ou adolescente a maior risco cardiovascular na vida adulta e, neste, objetivou-se avaliar a presença de alterações ligadas à obesidade em população brasileira com hábito alimentar irregular. Foram avaliados 75 adolescentes de 10 a 18 anos, escolares e residentes no arquipélago de Fernando de Noronha, utilizando-se cinco diferentes parâmetros: a) nutricional (IMC, cintura [CC], quadril, índice cintura-quadril [ICQ] e frequência de consumo alimentar, aferindo-se itens de risco [I] e protetores [II] do sistema cardiovascular); b) bioquímico (glicemia em jejum, triglicerídeos [TG], colesterol total [CT] e lipoproteínas de alta [HDL-c] e baixa [LDL-c] densidades); c) inflamatório (proteína C-reativa [PCR] ultrassensível, IL-6 e TNF-α); d) vascular (hipertensão arterial sistêmica e espessura do complexo médio-intimal [EMI] carotídeo); e) genotóxico (células micronucleadas). Os participantes foram distribuídos nos grupos nutricionais: obesos (classe I, n = 21), com sobrepeso (classe II, n = 20) e eutróficos (classe III, n = 34), e foi observada diferença significativa entre os grupos para todos os parâmetros antropométricos, exceto altura. Os obesos apresentaram níveis mais altos de TG, PCR e IL-6. A EMI foi similar entre os grupos, porém meninos apresentaram medidas significativamente maiores que as meninas, assim como ICQ e glicemia. O IMC esteve negativamente correlacionado aos níveis de HDL-c e positivamente a CC, CT, TG, LDL-c, PCR, IL-6 e a brotos nucleares nas células bucais. Foram ainda observadas correlação entre a frequência de brotos nucleares e os níveis de IL-6 e TG, e correlação entre a frequência de consumo alimentar dos itens contidos nos grupos I e II. Os dados indicaram que: a) a frequência de acúmulo ponderal entre os adolescentes do arquipélago de Fernando de Noronha é expressiva; b) indivíduos do gênero masculino apresentaram maior número de fatores de risco cardíaco, incluindo maior EMI; c) a dislipidemia tende a ser endêmica nesta população.