Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Lima, Elânia Francisco [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153816
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Resumo: |
A adolescência, culturalmente construída, ocorre de forma simultânea à puberdade, período marcado por intensas mudanças físicas e psicológicas. É na adolescência que a pessoa está mais sensível e atenta para o modo como sua imagem corporal é julgada, fato que pode interferir diretamente na construção de sua autoestima. Para adolescentes negros, ainda há a intersecção da questão racial. Assim, além de ter a autoestima influenciada pelas mudanças hormonais e emocionais, adolescentes negros podem ter sua autoimagem fragilizada pelas situações de racismo vivenciadas na infância e perpetuadas na adolescência. Realizando um recorte ainda mais específico, podemos dizer que as questões de gênero também são fatores importantes que influenciam na autoestima e imagem corporal de adolescentes do gênero feminino, uma vez que há um ideal de beleza branco estabelecido na sociedade brasileira. Entendendo que adolescentes negras trazem em seus corpos marcas da intersecção das opressões de gênero, raça e classe, buscamos compreender como, e se, o racismo afeta as vivências afetivo-sexuais de adolescentes negras periféricas. Para isso, entrevistamos seis adolescentes negras, moradoras do distrito do Grajaú, localizado na periferia do extremo sul da cidade de São Paulo. As entrevistas ocorreram em dois momentos: inicialmente com entrevistas individuais utilizando como recurso metodológico a História de Vida e, por fim realizamos um Grupo Focal de Finalização com a presença de todas as adolescentes. Tanto as entrevistas individuais quanto o Grupo Focal foram transcritos e analisados com o recurso da Análise de Conteúdo. Como resultado, a pesquisa revelou que, desde a infância, essas adolescentes foram vítimas de racismo que, na puberdade geraram fragilização em sua autoestima e preterimento, além disso, as entrevistadas revelaram não se considerarem tão belas quanto adolescentes brancas. A hiperssexualização não se fez aparente nos discursos, ao contrário, o que observamos foram relatos de situações de rechaçamento por parte de outros adolescentes. As seis histórias de vida narradas, foram atravessadas pela presença intensa de situações em que o racismo gerou fragilidades no olhar de cada adolescente sobre si e sobre seu desenvolvimento afetivo-sexual. Essa pesquisa traz reflexões sobre os impactos do racismo na afetividade e sexualidade de adolescentes negras periféricas, além de chamar atenção para a importância de considerar a intersecção de raça, gênero, classe, faixa etária e afetividade nos trabalhos de Educação em Sexualidade com adolescentes. |