Ensino Médio no papel: educação, juventudes e políticas educacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Silva, Geise Mara Souza da [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/153746
Resumo: Esta pesquisa foi desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Ciências e Tecnologia, UNESP – Campus de Presidente Prudente, vinculada à Linha de Pesquisa: Processos formativos, Infância e Juventude. Teve como objetivo central, identificar e analisar a concepção de juventude apresentada nos documentos oficiais e vigentes do Ensino Médio. Esse objetivo surgiu a partir do pressuposto de que o Ensino Médio vive uma crise de legitimidade e os jovens dentro desse contexto são negligenciados no cotidiano escolar. Desse modo, eles não reconhecem a escola como espaço promotor de sentido em seu presente. Com isso, sentimos a necessidade de buscar nas normatizações, qual a visão que tais documentos possuem acerca desses sujeitos, haja vista a importância e o reflexo que as políticas educacionais exercem sobre o cotidiano escolar. Para tanto, realizamos as análises a partir das atuais Diretrizes Curriculares do Ensino Médio, do Plano Nacional de Educação (2014-2024) e da atual Reforma do Ensino Médio. Sendo assim, foram elencados os seguintes objetivos específicos: analisar na produção do conhecimento dos autores que estudam o campo da juventude, com ênfase na Sociologia da Juventude, sua concepção sobre os jovens; investigar a concepção de educação bancária e educação problematizadora; compreender como a escola, sua cultura e o Ensino Médio foram edificados e, por fim; compreender as relações entre os jovens alunos do Ensino Médio e os profissionais da educação que atuam neste nível de ensino. A metodologia utilizada foi de abordagem qualitativa, utilizando-se de dois procedimentos metodológicos. O primeiro procedimento foi a pesquisa bibliográfica que permitiu aprofundar os conhecimentos em relação ao referencial teórico adotado. E o segundo foi a pesquisa documental, utilizada para atingir o objetivo central dessa pesquisa. Dessa maneira, realizamos leituras acerca da concepção de educação pautada em Paulo Freire, e, ainda, nos fundamentamos em autores que estudam o campo da juventude, que se distanciam da visão senso comum que concebe o jovem como um devir. Nessa perspectiva crítica acerca dos jovens, eles são considerados como sujeitos plurais e protagonistas de sua aprendizagem. Assim sendo, percebemos que tanto para Paulo Freire como para os autores que estudam a juventude é necessário que o ensino tenha sentido na vida do aluno e isso só se concretiza quando suas vivências são utilizadas como ponto de partida para uma educação emancipadora, que é realizada por meio de um diálogo horizontal entre os sujeitos escolares. Como resultado das investigações dos documentos, somente as Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio deixam patente sua concepção de juventude, reconhecendo os jovens que frequentam o Ensino Médio como sujeitos singulares e protagonistas de sua aprendizagem, o que comunga com o referencial epistemológico adotado por essa pesquisa. Em contrapartida, os documentos do Plano Nacional de Educação e da atual Reforma do Ensino Médio não deixam explícitas sua concepção de juventude. Nesses dois documentos as ações que os orientam concebem os jovens sob uma perspectiva funcionalista e como um devir, como alguém que se prepara para o futuro, sendo assim, os interesses juvenis são desconsiderados no presente escolar. No que concerne a Reforma do Ensino Médio há um agravante acerca das propagandas oficiais do MEC que preconizam algo diferente do que está posto em Lei. Nesse contexto, é interessante destacar o avanço que as Diretrizes alcançaram em termos de políticas educacionais em sua concepção acerca dos jovens. Todavia, é necessário refletir que o documento por si só não altera a realidade, sendo necessárias ações efetivas que estruturem as mudanças para que os profissionais da educação modifiquem sua visão acerca dos jovens, bem como atuem em uma perspectiva problematizadora de educação.