Forjadas para o silêncio : a produção social de sofrimento psíquico entre pesquisadoras em formação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Garcia, Juliana Silva [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/261783
Resumo: A presente investigação se guiou a partir da proposta de identificação e problematização dos processos de subjetivação e produção social de sofrimento psíquico entre mulheres vinculadas a programas de pós-graduação stricto sensu de universidades públicas brasileiras. Para viabilizar esta incursão, elegeu dois instrumentos metodológicos distintos e complementares. No primeiro momento, foi aplicado um questionário online, composto por 79 itens que se dividiam nas seguintes seções: dados pessoais, informações acadêmicas e, com todas as limitações impostas pela ferramenta, aspectos subjetivos. Ao total, foram reunidas 156 respostas de mestrandas e doutorandas. Na segunda etapa do percurso, com o auxílio da técnica História de Vida, seis pós-graduandas, de diferentes áreas do conhecimento e universidades, concederam entrevistas. A coleta remota de informações possibilitou certa diversidade cultural e regional, valorizando a multiplicidade existente no grupo. As epistemologias feministas forneceram a fundamentação teórica necessária. Dentre as autoras citadas na bibliografia de base, se destacam bell hooks (2017), Heleieth Saffioti (2013, 2015), Lélia González (1984, 2016, 2020) e Silvia Federici (2017, 2019, 2021, 2022, 2023). A amostra foi composta, majoritariamente, por mulheres cisgênero, brancas, jovens, heterossexuais, solteiras, sem filhas/os, sudestinas, doutorandas e bolsistas de órgãos federais de fomento à pesquisa. A precarização das universidades públicas e, consequentemente, dos programas de pós-graduação stricto sensu, assim como as múltiplas formas de violência, simbólicas e concretas, se fizeram notar tanto com os questionários quanto com as entrevistas. O baixo retorno financeiro, as altas exigências por produtividade e o assédio moral, em seus variados contornos, foram diretamente relacionados à experimentação de sofrimento psicológico, com a predominância de sintomas ansiosos.