Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Mariza Gomes |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/192896
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Resumo: |
Bakevelliidae (Bivalvia, Pterioidea) são bivalves extintos, marinhos, de epifauna a semiinfauna, bissados, suspensívoros, com pelo menos 20 gêneros descritos e inúmeras ocorrências em todo o mundo. Eles prosperaram do Paleozoico tardio ao Eoceno, atingindo máxima diversidade durante o Mesozoico (principalmente no Jurássico Inferior e Médio). Eles também foram abundantes e bem distribuídos em sucessões sedimentares cretáceas, como àquelas das bacias do Araripe e Sergipe-Alagoas, ocorrendo também de forma pontual na bacia de Pernambuco-Paraíba, no nordeste do Brasil. Neste documento, novos Bakevelliidae aptianos (Cretáceo Inferior) são descritos para a Formação Romualdo, Grupo Santana, Bacia do Araripe, nordeste do Brasil. A análise está fundamentada no exame detalhado de 361 espécimes, provenientes do terço superior da Formação Romualdo, principalmente das seções geológicas nas bordas sudoeste e sudeste da bacia, tendo sido, porém, registrados em toda a Bacia do Araripe. Juntamente com outros membros conhecidos da família Bakevelliidae, já registrados na Formação Romualdo (i.e., Aguileria dissita), os novos bivalves (Araripevellia musculosa gen. et sp. nov., Aguileria romualdoensis sp. nov. e Gen et sp. Indet.) indicam que a fauna de Bakevelliidae desta unidade foi mais diversa do que se imaginava anteriormente. Calcários ricos em conchas de Bakevelliidae, alguns com espécimes preservados in situ, estão restritos ao terço superior desta unidade, o mesmo intervalo estratigráfico contendo calcários com equinodermos, gastrópodes e estromatólitos. Esses bivalves pteriomorfos, portanto, são um testemunho do breve “Mar de Bakevelliidae” que inundou toda a Bacia do Araripe, durante o Aptiano. Análises paleoautoecológicas indicam que Araripevellia musculosa gen. et sp. nov. era uma espécie de epifauna, que viveu em substratos bioclásticos e estáveis, enquanto Aguileria romualdoensis sp. nov. era uma forma semi-infaunal bissada, que colonizou sedimentos finos. Espécimes das três espécies de Bakevelliidae estudadas são encontrados juntos em uma dada concentração fóssil, mas apenas Araripevellia musculosa gen. et sp. nov. é preservada in situ. Esta espécie é registrada, principalmente, em concentrações fósseis primariamente biogênicas, formando delgados depósitos de sufocamento. Notavelmente, Aguileria romualdoensis sp. nov. se assemelha a A. renauxiana da Formação Woodbine, Cenomaniano, Texas, EUA. Além disso, Aguileria dissita também é registrada na Formação Riachuelo, Aptiano tardio-Albiano, da Bacia de Sergipe-Alagoas. Juntamente com outros macroinvertebrados (i.e., gastrópodes, equinodermos, bivalves), a fauna de Bakevelliidae da Formação Romualdo é fortemente biocorrelata à da Formação Riachuelo, suportando um cenário paleogeográfico em que águas marinhas inundaram a Bacia do Araripe advindas de sudeste, provavelmente através das bacias do Recôncavo-Tucano-Jatobá. Finalmente, informações sedimentológicas, estratigráficas e paleontológicas indicam que o desaparecimento dos Bakevelliidae na Formação Romualdo está vinculado a continentalização da Bacia do Araripe. |