O preconceito linguístico e o ensino da língua materna : uma proposta de intervenção

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Solera, Daniela Perez [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/257819
Resumo: Busca-se com esta proposta interventiva alcançar os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental II, da escola municipal Hebe de Almeida Leite Cardoso, localizada no município de Novo Horizonte, interior de São Paulo, situada em um bairro de nível socioeconômico mais baixo. Em virtude da diversidade cultural dos discentes, oriundos de outras regiões do país, houve a necessidade de que o ensino de língua materna e as práticas pedagógicas fossem repensadas. O intuito desta proposta interventiva é o desenvolvimento de uma consciência discursiva nos alunos de modo a, pelo menos, tentar reduzir práticas sociais relacionadas ao preconceito linguístico por parte dos estudantes. Sabemos que a língua e a sociedade estão relacionadas pelo fato de os falantes estarem inseridos em um contexto social que influencia o modo de falar dos indivíduos. É natural que a língua materna possua variações tanto na fala quanto na escrita, e que o desconhecimento das variedades linguísticas, associado à crença de que é correto apenas o que a gramática normativa prescreve para o modo escrito de expressão, muito contribui para que o preconceito linguístico surja como prática comum no cotidiano escolar dos alunos. A preocupação é despertar neles a valorização das próprias variantes linguísticas, com a compreensão de que elas são importantes, pois refletem a diversidade sociocultural da população e que, portanto, não é incorreto, ao contrário, é natural utilizá-las em nossa comunicação cotidiana. O resultado, esperado, foi a ampliação do conhecimento de mundo deles para que pudessem compreender que falar de “maneira diferente” não é errado e nem é demérito, visto que, em geral, o preconceito deriva de um nível superficial de entendimento, muitas vezes enraizado em nossa sociedade. Por meio de intervenções pedagógicas que buscaram valorizar a oralidade em sala de aula, associando-a, à escrita, possibilitou-se compreender as relações e as heterogeneidades próprias de cada uma, com base nas leituras e nas observações propostas, em especial, por Marcos Bagno (2007, 2009); Irandé Antunes (2009); Mikhail Bakhtin e Voloshinov (2006); Odilon H. Fleury Curado (2011) e (2012); Luiz Antônio Marcushi (2010); Dino Preti (2009), entre outros grandes estudiosos.