Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Moura, Lilian Aparecida de
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Orientador(a): |
Carlos, Valeska Gracioso
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Banca de defesa: |
Paim, Marcela Moura Torres,
Fraga, Leticia |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós - Graduação em Estudos de Linguagem
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Departamento: |
Departamento de Estudos da Linguagem
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3416
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Resumo: |
A presente dissertação trata-se de uma pesquisa de natureza qualitativa e de cunho colaborativo na área da Sociolinguística, que teve como objetivo principal proporcionar às professoras participantes uma possibilidade de reflexão e discussão de um tema que é tão caro ao trabalho de um/a professor/a de língua portuguesa: o tratamento dado à variação e ao preconceito linguístico nas aulas dessa disciplina. E, dessa forma, a partir do exercício de reflexão das docentes, analisar e discutir as suas falas. Para tanto, foram convidadas para participar da pesquisa cinco professoras de língua portuguesa de diferentes colégios da cidade de Ponta Grossa-PR. Como instrumento de coleta de dados, levando em consideração de que se trata de um trabalho colaborativo (BORTONI-RICARDO, 2008; PAIVA 2019), utilizamos os debates em duplas (professora pesquisadora e professora participante) a partir de um roteiro semiestruturado de perguntas. No que concerne ao aporte teórico adotado, nos baseamos principalmente nos trabalhos de OLIVEIRA, 2002; WEEDWOOD, 2002; LABOV, [1972] 2008; LUCCHESI, 2017, para fazer uma breve retomada histórica da ciência linguística e, também, para tratar da trajetória da língua portuguesa em solo brasileiro; TARALLO, 1994; BAGNO, 2001, 2003a/b, 2007, 2019; SCHERRE, 2005; FARACO, 2008, 2019; BELINE, 2010; VIOTTI, 2013, para discutir alguns conceitos fundamentais da Sociolinguística, tais como: variação e mudança linguística, preconceito linguístico, noção de erro, noção de adequação da linguagem; POSSENTI, 2000, 2009; ANTUNES, 2003; FRANCHI, 2006; GUEDES, 2006, para refletir sobre o ensino tradicional de língua portuguesa, sobre a concepção de erro escolar, entre outras questões relacionadas à educação linguística. Os resultados dessa pesquisa evidenciam que há uma valorização exacerbada do ensino puramente gramatical e que tanto as professoras quanto os seus alunos percebem que o tratamento saturado da gramática normativa em sala de aula é algo problemático. No que diz respeito aos fenômenos da variação e da mudança linguística, percebemos que as docentes muitas vezes tratam da variação de uma maneira estereotipada, além de deixarem transparecer que o trabalho em sala de aula tem como foco principal a correção. Nesse sentido, a fala mais grave é, certamente, a afirmação de que uma simples “comentadinha” é suficiente no trabalho com as variedades da língua portuguesa. No que concerne ao preconceito linguístico, constatamos que, no ambiente escolar, ele existe emanado de todos os sujeitos que interagem nesse espaço. As docentes demonstraram ter consciência de que o preconceito linguístico é extremamente prejudicial. Porém, em muitas das falas, percebemos que ele apareceu de forma naturalizada. Muito tem se pesquisado sobre variação e preconceito linguístico nas aulas de língua portuguesa e, certamente, muito ainda há de se pesquisar. Desse modo, almejamos que esse trabalho possa ser, de alguma forma, uma contribuição ao debate sobre o ensino de língua portuguesa no Brasil, sobre a importância do trabalho com as variedades dessa língua em sala de aula e sobre a urgência que é o combate ao preconceito linguístico. |