Potencial inseticida de Bacillus thuringiensis (BACILLALES: BACILLACEAE) sobre ovos de Spodoptera frugiperda (SMITH, 1797) (LEPIDOPTERA: NOCTUIDAE)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Fabiana Santana Machado [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Bt
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/255370
Resumo: Spodoptera frugiperda é uma importante praga de diversas culturas agrícolas de interesse econômico como soja, milho e algodão. Apresenta notável capacidade de dispersão e polifagia. As táticas atuais de controle para o manejo da S. frugiperda são desafiadoras devido à sua alta capacidade de reprodução e mobilidade, ao rápido desenvolvimento de resistência em populações expostas aos inseticidas e plantas Bt e a sua grande adaptabilidade fisiológica e comportamental. Pesquisas visando contornar essa situação trazem ao mercado, produtos à base de microrganismos, dentre os microrganismos utilizados, a bactéria Bacillus thuringiensis vem apresentando excelentes resultados no controle de insetos alvo em suas fases larvais. No entanto não há informações sobre o efeito dessa bactéria em ovos de insetos, sendo uma fase importante para tomadas de ações de controle. Diante disso, este estudo objetivou analisar o potencial bioinseticida de Bt aizawai HD-68 e do produto comercial Xentari® em ovos de S. frugiperda, com avaliação dos seus efeitos sobre os embriões e lagartas neonatas provenientes de ovos tratados. Nos bioensaios foram utilizadas três concentrações do produto comercial Xentari®: 3,00, 4,25 e 5,00 g.L-1 e uma padronizado única, na concentração de 3.108 esporos.mL-1, da suspensão de Bt aizawai HD-68. Massas de ovos de S. frugiperda foram mergulhadas por 30 segundos nas respectivas soluções. Após a imersão, as massas de ovos tratadas foram armazenadas em placas de Petri, forradas com papel filtro e reservadas em incubadora B.O.D., com temperatura, umidade e fotoperíodo controlados. Como controle negativo (C-) foi utilizada a solução 0,05% Tween® 80, e como controle positivo (C+), água deionizada autoclavada. Cada tratamento consistiu em 10 repetições, com 20 ovos cada (n= 200 por tratamento). Observações foram realizadas a cada 24 horas após a instalação dos bioensaios e a inviabilidade dos ovos foi avaliada ao final de 72 horas. Para avaliação da viabilidade larval, lagartas neonatas de S. frugiperda que eclodiram dos ovos tratados foram coletadas e individualizadas em recipientes de 25 mm de diâmetro com fundo preenchido por dieta artificial. O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, e consistiu em 5 repetições com 20 lagartas neonatas cada (n= 100 por tratamento). Os recipientes foram mantidos em incubadora B.O.D., com temperatura, umidade e fotoperíodo controlados. A mortalidade foi avaliada a cada 24 horas pelo período de 7 dias após eclosão das lagartas, sendo consideradas mortas aquelas que não apresentaram movimento. Para análise estrutural dos ovos foi realizada microscopia eletrônica de varredura e para observação dos efeitos do Bt nos embriões e lagartas neonatas foram realizadas análises histoquímicas, que demostraram que ao final de 72 horas após os bioensaios todas as amostras tratadas com Bt possuem comprometimento do epitélio intestinal, sendo evidenciado por células epiteliais com vacuolizações citoplasmáticas e células degeneradas. Através da análise estatística foi constatada uma inviabilidade de 26,50 a 40,50% em ovos tratados com Bt, e a mortalidade larval foi superior a 70%, nas primeiras 24 horas após eclosão, sendo superior a 90% após 7 dias. Demostrando que todas as concentrações de Bt utilizadas, inviabilizaram uma porcentagem dos ovos de S. frugiperda, podendo ser observados danos nos embriões, além de causar um elevado índice de mortalidade de lagartas neonatas que emergiram dos ovos tratados.