O difícil é passar para o papel: uma análise sobre a escrita no Ensino Superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Germani, Michelle Mariana [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/239031
Resumo: As dificuldades e os problemas de escrita não são novidades, e já atingiram as graduações. Diante desse quadro, surgiu-me a indagação: é possível que as dificuldades de escrita sejam minimizadas com conscientização sobre atitudes, posturas e concepções de linguagem e desenvolvimento de práticas de laboratório de redação para promoção de um letramento acadêmico em uma perspectiva sociocultural que reduza os problemas de ausência de escrita reflexiva e ausência de autoria? A pesquisa teve como objetivo geral refletir sobre a escrita no Ensino Superior em uma perspectiva sociocultural, considerando as técnicas de laboratório de redação na tentativa de atenuar os problemas relacionados à ausência de escrita reflexiva e de autoria. As abordagens teóricas que ampararam as reflexões revelam as estruturas de poder que perpassam o letramento acadêmico e demonstram a importância da apropriação de uma escrita reflexiva, despertando os estudantes para serem autores de seu discurso. Além disso, também é reforçada a relevância de conscientização da importância da linguagem, de forma mais específica, em sua modalidade escrita. Optei por uma abordagem multimetodológica de coleta de dados que se ampara na pesquisa qualitativa (levantamento de referencial teórico e aplicação de questionários), na pesquisa intervenção (elaboração e avaliação de um processo formativo - curso de extensão) e na pesquisa narrativa (encerramento do curso de extensão com uma entrevista narrativa). Tive como sujeitos da presente pesquisa os estudantes dos penúltimos e últimos anos de uma Instituição de Ensino Superior pública do interior paulista. Para a coleta de dados da primeira fase, propus como instrumento a aplicação de um questionário aos estudantes para conhecer seu perfil de leitura e de escrita e identificar as dificuldades de escrita. A partir dos resultados com os questionários, parti para a fase da intervenção, na qual elaborei um projeto de extensão universitária para conscientizar os estudantes sobre a importância da linguagem (em especial, a modalidade escrita) e desenvolver técnicas de laboratório de redação, trabalhando o letramento acadêmico em uma perspectiva sociocultural, focalizando as dificuldades apontadas pelos estudantes e outras que foram transparecendo ao longo das práticas de laboratório de redação. Ao final, realizei uma entrevista narrativa com os participantes concluintes da intervenção, com uma pergunta disparadora abordando o lugar da escrita ao longo da trajetória de vida e de formação, e o que significou participar da intervenção. Tive 218 questionários respondidos e 15 estudantes que concluíram a intervenção. Os resultados apontaram que os ingressantes do Ensino Superior, independentemente de terem vindo da escola pública ou particular, não dominam o letramento acadêmico, pois se trata de uma linguagem específica do meio universitário, não sendo aprendida nas etapas precedentes. Ainda, demonstrou que a intervenção foi capaz de atingir seus objetivos; porém, é uma ação paliativa, principalmente porque não possibilitou o enfrentamento de todos os problemas da superfície linguística que os estudantes possuem. Em um semestre, de forma isolada, é impossível sanar todas as dificuldades de escrita. Porém, foi extremamente satisfatório perceber que a relação com a escrita se modificou de maneira positiva para todos os estudantes, cada qual na sua realidade.