Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
Berton-Costa, Pâmela |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/202250
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Resumo: |
Este trabalho teve dois objetivos principais: analisar as traduções brasileira e norte-americana do livro La casa de los espíritus, de Isabel Allende, para, em seguida, propor retraduções de trechos selecionados com base nos Estudos Feministas da Tradução. A discussão se inicia com uma reflexão sobre como o pós-estruturalismo, a desconstrução, as concepções sobre sujeito pós-moderno, as questões de identidade e o nome da pessoa autora influenciam o ato tradutório. Em seguida, apresenta-se o conceito de reimaginação, que trata da recriação, em outra língua e cultura, das identidades em jogo no texto estrangeiro e das formas como as relações de poder e opressão perpassam essa recriação. A partir da visão de tradução como transformação mediada, parte-se para a contextualização dos feminismos de forma abrangente no contexto ocidental, abordando tanto a escrita literária feminina e feminista da América Latina, quanto as práticas feministas de tradução do Norte ocidental de final do século XX. Com base nessas discussões, apresenta-se a autora, o enredo da obra, as pessoas tradutoras e as edições analisadas a fim de entender de que forma a construção feminista do texto se dá ou não em cada uma das línguas. Para compreender essas discussões, aborda-se a forma como os nomes das personagens permitem uma associação dos feminismos com a ideia de luz e do sexismo com a de trevas. Através de 33 exemplos selecionados durante a análise, discute-se a reimaginação das personagens e da obra como um todo. Fica evidente que a tradução para o português brasileiro pode ser lida como uma falotradução, isto é, uma leitura de mundo baseada em concepções patriarcais. A tradução para o inglês, por sua vez, pode ser entendida como feminista não-declarada, ou seja, há uma atenção sistemática às questões feministas, mas sem um posicionamento específico da tradutora em paratextos. Com base nessas conclusões, defende-se a visão de retradução feminista como melhora de uma tradução falocêntrica e, a partir de 16 exemplos contextualizados, são discutidas as propostas feministas de releitura da obra em português brasileiro. Por fim, propõe-se um novo olhar para a tradução que se desenvolva a partir das questões de gênero, sendo mais consciente das relações de poder e opressão que inevitavelmente atravessam o espaço entre línguas e culturas, e o espaço entre significante e significado. |