Futebol e mulheres no Brasil: um jogo possível?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Vieira, Talita Machado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/234882
Resumo: A presente pesquisa teve por objetivo investigar os efeitos do marcador de gênero no processo de construção da carreira de mulheres como jogadoras de futebol. Baseando-se na estratégia metodológica da cartografia, o estudo contou com uma etapa histórico-documental e outra voltada à realização de entrevistas semiestruturadas com nove jogadoras de futebol de um clube do interior paulista, sendo cinco da equipe principal e quatro das categorias de base. Desse modo, foi possível percorrer as vicissitudes da modalidade ao longo da história, bem como acompanhar os processos em meio aos quais essas mulheres se produzem como jogadoras de futebol. Tanto no âmbito da história social do futebol de mulheres quanto das trajetórias das atletas, constatou-se a insuficiência da categoria gênero, quando considerada isoladamente, na compreensão das complexas relações de poder e disputas que constituem o universo futebolístico. Além das dificuldades, preconceitos e sofrimentos relatados, campo macropolítico formado pelos sentidos mais estabilizados ao se falar sobre as mulheres no futebol, localizamos, também, movimentações micropolíticas produzidas no cotidiano que favorecem a permanência das mulheres numa instituição que lhes é hostil, bem como sinalizam potencias embrionárias de um jeito outro de se fazer, jogar e viver o futebol. Nesse caso, seu aspecto de produção cultural ganha contornos, primando pela dimensão lúdica e prazerosa do jogar, pelo caráter de sociabilidade coletiva e de amizade na vida esportiva e pelas possibilidades de reinvenção de si, criando modos outros de subjetivação no jogo e na vida.