Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Boaretto, Antonio Carlos de Oliveira [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153883
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Resumo: |
Norteado pelo método analítico e interpretativo da Sociologia do Conhecimento de Karl Mannheim, o presente trabalho defende enquanto hipótese central que, no caso especificamente brasileiro do século XXI, as igrejas evangélicas neopentecostais apresentam um maior poder competitivo e de flexibilização adaptativa às profundas e radicais transformações socioculturais desencadeadas pela radicalização dos processos de modernização em tempos de globalização contemporânea do capitalismo, agindo nas subjetividades humanas (no “ego”), ao dar-lhes exatamente aquilo que lhes falta enquanto agentes competitivos: a força motivacional da fé para o agir social como potencial empreendedor “homem de negócios” bem sucedido, assim como da força do ânimo para ser virtuoso e vitorioso nos mercados concorrenciais cada vez mais acirrados, devido, sobretudo, ao sentido radical da ideia de conversão presente nas comunidades evangélicas neopentecostais. A força e o poder do sentido da noção paulina de conversão presente entre os neopentecostais oferecem aos seus fiéis um conjunto de respostas utilitárias e pragmáticas aos seres humanos que se encontram imersos e submersos nas sociedades narcísicas e hipercompetitivas do “ego”. Trata-se do poder de nascer de novo, do desejar ser outro, concedendo aos fiéis convertidos às expectativas com relação ao desenvolvimento dos sensos de autoconfiança no próprio “eu”. Logo, tratando-se de formas de religiosidades interessadas em contribuírem para a felicidade do indivíduo neste mundo, e não mais em um além-mundo ultraterreno. E, por isso mesmo, trata-se de uma forma de religiosidade dessacralizada. Paradoxalmente, no entanto, se as comunidades evangélicas neopentecostais apontam a presença do mal (por meio da personificação da figura do diabo) nas próprias relações sociais que foram degeneradas pelo individualismo excessivo das sociedades modernas contemporâneas (desde a ansiedade, vazios substanciais do “eu”, desânimo, vícios, uso de medicamentos psicotrópicos e psicoestimulantes, senso de autoculpabilidade pelo fracasso, sentimentos de impotência quanto a ser capaz e eficiente o suficiente para o cumprimento de seus deveres, divórcio, união homoafetivas e homossexualismo, depressão nervosa, etc.), ela não apenas efetua um diagnóstico da realidade social centrado na perversidade das figuras dos ateus, dos agnósticos, dos homossexuais, dos divorciados, das prostitutas, dos viciados e etc., mas, também apresenta um efeito terapêutico: o da negação da própria modernidade, por meio da anulação e não reconhecimento do processo de dilatação de novas demandas por direitos, construindo, portando, uma identidade religiosa potencialmente imunizadora e conservadora. |