Avaliação da sarcopenia como fator prognóstico em mulheres com câncer de colo uterino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Resende, Leandro Santos de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/214500
Resumo: Introdução: o câncer de colo uterino ainda apresenta alta incidência em países em desenvolvimento, como o Brasil, e é responsável por muitas mortes, especialmente quando diagnosticado na fase avançada. A sarcopenia é definida como perda generalizada de massa muscular e, quando presente nas pacientes com câncer de colo uterino, apresenta desfechos clínicos com pior prognóstico. Objetivo: avaliar a relação entre a sarcopenia pré tratamento, e as características da paciente e do tumor, tempo livre de progressão e a sobrevida global em mulheres com câncer de colo uterino tratadas com radioterapia. Sujeitos e métodos: coorte retrospectiva com 210 mulheres com câncer de colo uterino atendidas e tratadas com radioterapia entre janeiro de 2016 e dezembro de 2018, no Caism/Unicamp. O diagnóstico de sarcopenia pré tratamento foi realizado por exames de tomografia computadorizada (TC). O nível de significância estatística foi considerado <0,05. Resultados: entre as 210 mulheres incluídas, 79 (38%) apresentavam sarcopenia pré tratamento. A taxa de sarcopenia pré tratamento foi significativamente maior em mulheres com menos de 50 anos (p=0,03), no menacme (p=0,04), com menor índice de massa corpórea (p<0,001) e com anemia (p=0,02). A sarcopenia pré tratamento não foi associada com o estádio, tipo histológico, trombocitopenia e efeitos adversos do tratamento. A sarcopenia pré tratamento também esteve significativamente associada com a resposta ao tratamento (p<0,05). A sarcopenia pré tratamento e o estádio da doença foram significativamente associados com menor intervalo livre de progressão (ILP) e menor sobrevida global (SG). Mulheres com doença em estádios iniciais (I e II) com sarcopenia tiveram menor ILP [HR=1,82 (IC95%=0,94 a 3,5) p<0.01] e menor SG [HR=2,33 (IC95%=0,92 a 5,92) p<0,01]. Da mesma forma, mulheres com doença em estádios avançados (III e IV) com sarcopenia apresentaram menor ILP [HR=1,8 (IC95%=1,15 a 2,8) p<0,01] e menor SG [HR=1,69 (IC95%=1,03 a 2,79) p<0,01] Conclusão: a sarcopenia foi um fator de mal prognóstico nas mulheres com câncer do colo uterino tratadas com radioterapia. Sendo potencialmente modificável, a sarcopenia vem sendo motivo de estudos para diversos tipos de câncer.