Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Alves, Eliane Santos [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11449/257841
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Resumo: |
Na literatura, a transição do 5º para o 6º ano é vista como um período de mudanças significativas e descontinuidades na trajetória educacional dos estudantes. Diante desse contexto, esta pesquisa buscou compreender como os professores que ensinam Matemática na transição do 5º para o 6º ano percebem esse processo e se tal percepção tem influenciado (ou não) suas práticas no ensino de Matemática nessas turmas. A questão norteadora foi: O que dizem os professores que ensinam Matemática sobre a transição do 5º para o 6º ano e sobre o ensino da Matemática nesse contexto? Utilizando uma abordagem qualitativa, os dados foram produzidos por meio de 14 entrevistas semiestruturadas realizadas com docentes que lecionam nos 5º e 6º anos da rede municipal de Porto Seguro, Bahia. A análise dos dados foi inspirada na espiral de análise dos dados de John W. Creswell, complementada pelo uso de mapas mentais. Os resultados desta investigação indicam que: a) os docentes percebem a transição do 5º para o 6º ano como um momento difícil, marcado por uma mudança brusca na vida dos estudantes; b) apesar de reconhecerem os aspectos acadêmicos, sociais e emocionais envolvidos na transição, aqueles de caráter acadêmico predominaram em seus discursos; c) a mudança do professor pedagogo para o licenciado em Matemática é vista como um dos principais marcos desta transição, podendo resultar em práticas distintas no ensino da Matemática; d) as docentes do 5º ano têm consciência das dificuldades advindas da sua formação e tentam superá-las na medida do possível, enquanto os professores do 6º ano reconhecem as dificuldades em dar continuidade ao ensino da Matemática nessa fase; e) o fato de a maioria dos docentes do 6º ano já ter lecionado nas turmas do 5º ano contribui para que suas práticas se assemelhem às do 5º ano e tenham um olhar diferenciado para as turmas do 6º ano; f) prevalece a perspectiva da sequencialidade regressiva na transição, na qual uma das preocupações dos professores do 5º ano é “preparar” os estudantes, enquanto os do 6º ano esperam que os alunos cheguem “preparados” para aprender novos conteúdos; g) há indícios de uma divisão ou diferenciação entre professores pedagogos e licenciados em Matemática no contexto escolar e nas políticas públicas; e h) os docentes estão, metaforicamente, vivendo em “gaiolas”, o que resulta na ausência de diálogo entre eles e na falta de ações direcionadas à transição, fazendo com que os alunos sejam responsabilizados por seu sucesso ou insucesso. Esses resultados evidenciam a necessidade de pensar no Ensino Fundamental como uma unidade e de desenvolver estratégias que abranjam todos os aspectos envolvidos – acadêmico, social e emocional – para mitigar os impactos desse processo. Por fim, é possível concluir que a transição do 5º para o 6º ano vai além de uma simples mudança de ano escolar, constituindo um desafio significativo tanto para estudantes quanto para professores, sendo frequentemente negligenciada e invisibilizada no contexto escolar. |