Efeito da luz na resistência e estrutura do xilema ao embolismo em espécies amazônicas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Coelho-Silva, Debora [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/261668
Resumo: O crescimento de árvores em florestas secundárias é essencial para manutenção de futuras florestas maduras após distúrbios antrópicos, cada vez mais extensos e frequentes. A diferença no ritmo de crescimento das espécies entre grupos ecológicos contrastantes (pioneiras e não-pioneiras) é ecologicamente esperada. No entanto, períodos de secas naturais afetam o sucesso da regeneração natural de diferentes maneiras, dependendo das estratégias utilizadas pelos diferentes grupos ecológicos para lidar com esses eventos. Para verificar a resiliência de indivíduos juvenis nesse tipo de formação, investigamos como os traços hidráulicos, fisiológicos e anatômicos de cinco espécies arbóreas de grupos sucessionais contrastantes variam em função de um gradiente de luz em uma floresta secundária de 22 anos na Amazônia Central, Brasil. A tese está dividida em dois capítulos, o primeiro aborda a resistência do xilema ao embolismo, considerando três condições de luz criadas artificialmente (sub-bosque, intermediária e clareira). Medimos parâmetros microclimáticos, incluindo a transmitância da luz e o déficit de pressão de vapor (DPV), no augue dos períodos seco e úmido. Avaliamos o potencial hídrico foliar ao amanhecer (ψpd) e ao meio-dia (ψmd), a resistência do xilema ao embolismo (P50), margem de segurança hidráulica (HSM), densidade da madeira e o crescimento. No segundo capítulo abordamos a anatomia comparada do xilema e características de trocas gasosas para entender o desempenho das espécies amazônicas em relação a um gradiente de luz explorando a relação entre tipos celulares, fisiologia foliar e a resistência do xilema ao embolismo. Medimos diâmetro (µm) e densidade de vasos (nº de vasos/mm2) e o percentual de fração celular do xilema. Nos mesmos indivíduos, foram mensurados a fotossíntese, condutância estomática, transpiração, fotorrespiração e calculados a eficiência no uso da água e a eficiência intrínseca no uso da água. No primeiro capítulo, verificamos que o gradiente de luz afetou significativamente os parâmetros microclimáticos e consequentemente o DPV, porém apenas no período mais seco. O potencial hídrico foliar variou com a espécie, condição de luz e o período, destacando respostas específicas ao estresse hídrico sazonal, especialmente no período seco. P50 revelou padrões espécie-específicos dependentes do gradiente de luz, com Carapa guianensis mais resistente na condição de luz intermediária e Tabebuia rosea menos resistente em todas as condições de luz. A densidade da madeira foi influenciada pela condição de luz e espécie, exceto para T. rosea. HSM, variou com as espécies e a condição de luz no período seco, indicando que os diferentes níveis de segurança hidráulica variam sazonalmente. No período úmido, as condições de luz influenciaram mais fortemente a HSM. No segundo capítulo encontramos que o diâmetro hidráulico e densidade de vasos variaram significativamente entre as condições de luz e espécies. O aumento na disponibilidade de luz influenciou tamanho e a distribuição dos tipos celulares em todas as espécies, mas não de maneira linear entre as condições de luz. Já a redução na disponibilidade de luz produziu um grande percentual de parênquima para todas as espécies. Encontramos uma relação positiva entre a condutância estomática e o diâmetro hidráulico para todos os indivíduos na condição de clareira, enquanto no sub-bosque não se verificou relação. Essas descobertas demonstram que o uso de diferentes estratégias pelas espécies depende dos fatores microclimáticos, independente do grupo ecológico e são essenciais para o planejamento de condução de áreas em regeneração na região amazônica.