Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Wachholz, Patrick Alexander [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/150914
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Resumo: |
O impacto das doenças infecciosas na pessoa idosa extrapola os domínios clínico, econômico e social: à redução da sobrevida somam-se o elevado risco de declínio funcional, maior demanda por cuidados e significativa piora na qualidade de vida. Intervenções que possam prevenir infecções em idosos ou reduzir seu impacto podem agregar valor à estratégias bem embasadas, como a vacinação, nutrição e medidas de higiene e proteção à saúde. Os probióticos são microrganismos vivos que, quando consumidos em quantidades suficientes, conferem benefícios à saúde do hospedeiro. Evidências sugerem que o consumo de probióticos possa associar-se à redução na duração média e frequência dos episódios de infecções de vias aéreas superiores e diarreias infecciosas, porém os resultados de ensaios clínicos realizados com idosos são controversos. Esta revisão sistemática e metanálise objetiva avaliar a efetividade e segurança dos probióticos na prevenção de infecções em idosos. Utilizando estratégias sistematizadas, buscou-se por ensaios clínicos disponíveis na literatura até 30 de Dezembro de 2016, que tivessem incluído preferencialmente pessoas com mais de 65 anos, comparando o uso de probióticos com placebo. Dois autores acessaram de modo independente a elegibilidade e qualidade dos estudos, e extraíram os dados utilizando os procedimentos metodológicos recomendados pela Colaboração Cochrane. Os principais desfechos de eficácia incluíram a prevenção de infecções, a qualidade de vida, a mortalidade e a duração média por episódio de infecção, enquanto os desfechos de segurança incluíram os eventos adversos. Os resultados foram expressos como razões de risco, diferença média ou diferença média padronizada, conforme apropriado, com intervalos de confiança de 95%, utilizando metanálises de efeitos aleatórios, quando pelo menos três estimativas estiverem disponíveis por desfecho. Quando identificou-se substancial heterogeneidade, foram investigadas as causas potenciais, incluindo análises de subgrupos. Para avaliar a qualidade da evidência para cada um dos desfechos de interesse utilizamos a ferramenta GRADE. Resultados principais: A busca resultou em 5.036 citações; excluídas as duplicatas e aplicados os critérios de elegibilidade, 15 estudos foram incluídos. Estes avaliaram 5.916 participantes, com uma idade média de 75,21 anos, durante uma mediana de seguimento de 319 dias (204,75—631,50). O efeito dos probióticos na ocorrência de infecções não diferiu daquele observado para o placebo (13 estudos, 5.820 participantes: RR 0,90, IC95% 0,76—1,08, I2=24%, moderada qualidade da evidência). Não foram observadas diferenças significativas nas estimativas de efeito quando analisados os estudos que incluíram apenas pessoas idosas, bem como nas análise de subgrupos ou de sensibilidade. Os efeitos do consumo de probióticos na ocorrência de eventos adversos e mortalidade geral não foram estatisticamente diferentes daqueles observados para o placebo (RR 1,01, IC95%, 0,91—1,12; I2=0%, moderada qualidade da evidência e RR 1,09, IC95% 0,70—1,72; I2=5%, muito baixa qualidade da evidência, respectivamente). Por fim, a duração média dos episódios de infecção não diferiu entre os idosos que consumiram probióticos quando comparados aos que usaram placebo (sete estudos, 1.406 participantes, MD -0,35, IC95% -1,57—0,87, I2=86%, baixa qualidade da evidência). Análises de subgrupo não foram capazes de reduzir a heterogeneidade deste desfecho, e análise de sensibilidade não modificaram as estimativas de efeito. Conclusões: A utilização de probióticos com o objetivo de prevenir infecções ou reduzir a duração média de seus episódios não parece diferir do placebo nesta população. |