A produção de sementes crioulas para a soberania alimentar: territorialização e autonomia camponesa no Projeto de Assentamento de Reforma Agrária Cristina Alves, Itapecuru Mirim/MA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Di Teodoro, Kátia Gomes de Sousa [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/258578
Resumo: O objetivo geral é analisar a produção de sementes crioulas no assentamento Cristina Alves, no município de Itapecuru-Mirim, Maranhão, como um projeto de desenvolvimento territorial, capaz de contribuir para a soberania alimentar e a autonomia camponesa. Aliado a esse objetivo, outros se somam: 1) mostrar a organização territorial camponesa no processo produtivo das sementes crioulas e sua territorialidade no contexto da expansão do agronegócio; 2) no contexto desta expansão, apresentar a produção de sementes crioulas como instrumento de resistência que fortalece a territorialização da soberania alimentar; e 3) documentar a viabilidade do processo produtivo das sementes crioulas como forma sustentável do desenvolvimento territorial e do fortalecimento da autonomia camponesa frente ao agronegócio. A agricultura camponesa, com a produção de alimentos saudáveis e diversificados, tem cumprido o importante papel de resistência ao agronegócio. As sementes crioulas assumem o papel de mantenedoras para a garantia da soberania alimentar e autonomia camponesa. As grandes empresas e suas concorrentes controlam o património genético de muitos cultivos e assim, o poder de dominação da produção capitalista. No Maranhão, há vários modelos produtivos, como o tradicional, o convencional e o agroecológico. Por um lado, é possível identificar como a dinâmica capitalista assume a organização da produção de monocultivos para exportação com a exploração da natureza e das relações sociais; por outro lado, a produção camponesa garante a manutenção do consumo interno, cumprindo o importante papel da produção diversificada de alimentos e da conservação das sementes crioulas para a biodiversidade e soberania alimentar. O campesinato continuará desafiando a territorialização do agronegócio e a hegemonia de seu modelo de produção. Trata-se de uma pesquisa militante, que leva em consideração a participação, a investigação social e científica, e que utiliza de trabalhos de campo para conhecer a realidade do objeto. As sementes crioulas alimentam uma cadeia de extrema relevância, são garantidoras e mantenedoras da biodiversidade. Enquanto um oligopólio domina ao mercado de sementes transgênicas, os quintais produtivos dos assentados, suas hortas e roças são verdadeiros bancos genéticos nos vários territórios. As sementes crioulas tem grande importância na garantia de autonomia produtiva e soberania alimentar, contudo a resistência e luta dos assentados tem que continuar pela garantir a reforma agrária, o acesso à terra, assistência técnica, formação e incentivos à produção de sementes crioulas.