Evolução bioquímica, nutricional e condição psicológica em cirurgia bariátrica: estudo de coorte de 2 anos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Veiga, Alessandro Gabriel Macedo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/152702
Resumo: A obesidade é classificada pelo índice de massa corporal (IMC) superior a 30,00kg/m2, doença caracterizada pelo excesso de gordura, cuja prevalência está associada ao aumento do risco de doença crônica, podendo resultar em mortalidade precoce. Fatores genéticos, endócrinos, neurológicos, psicológicos e ambientais podem estar relacionados à doença. Com o avanço tecnológico na saúde, a procura pelo tratamento cirúrgico aumentou. Infelizmente, a maioria dos indivíduos considera a cirurgia como ponto final, mas é apenas uma ferramenta para controlar a doença, pois a mesma pode acarretar intercorrências associadas às adaptações do organismo como o reganho de peso e em alguns casos reaparecimento das comorbidades. Assim, questiona-se porque alguns indivíduos reganham peso e apresentam dificuldade de adaptação à nova condição e quais são os fatores que interferem nesse processo. O objetivo do presente estudo foi avaliar indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica e verificar se há relação entre condição psicológica e evolução dos indicadores bioquímicos e nutricionais durante dois anos pós-cirúrgico. Além disso, buscamos identificar quais indicadores são mais evidentes, quando ocorre o reganho de peso e qual o momento de maior risco na ocorrência do mesmo e a relação entre percepção do suporte familiar e sobrecarga do cuidado com o reganho de peso. Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo, caracterizado por coorte única seguida por 2 anos, cuja amostragem foi por conveniência. Após assinatura do TCLE, foram iniciadas as avaliações bioquímicas, nutricionais e psicológicas nos momentos pré-operatório, o M0 e pós-operatório, de 1, 3, 6, 12 e 24 meses, caracterizados como M1, M2, M3, M4 e M5, respectivamente. Os exames bioquímicos foram realizados de acordo com o protocolo do hospital, o peso e a estatura foram calculados para IMC e PEP (Perda de Excesso de Peso). Os instrumentos aplicados pela psicologia foram o EBADEP-A, ISSL, ISPF e Zarit. A entrada dos indivíduos operados ocorreu entre maio de 2014 a maio de 2015 e o acompanhamento e avaliação estendidos até maio de 2017. De forma qualitativa e descritiva, no período de 24 meses após cirurgia bariátrica, foram acompanhados 75 indivíduos, os quais consentiram a participação na pesquisa. Prevaleceu um grupo expressivo feminino de 81,33% (61) e 18,7% (14) do sexo masculino, com idade mediana de 38,47 (+- 8,4 anos). Nos valores bioquímicos ficaram evidenciadas alterações nos triglicérides e glicemia de jejum. A média de peso inicial foi de 121,1 kg e IMC de 45,5 para uma média de PEP de 26,6% no M5. Durante as avaliações psicológicas foram identificados o estresse, a variação de médio-alto e médio-baixo para suporte familiar. Não houve sintomatologia para depressão e a sobrecarga do cuidador foi avaliada apenas no momento pré-operatório. Diante do estudo realizado, conclui-se que a obesidade é uma doença multifatorial, na qual o indivíduo encontra dificuldades no seu dia a dia para alcançar o equilíbrio entre a sintomatologia psicológica, exames bioquímicos e controle nutricional. A procura por cirurgia bariátrica é maior entre as mulheres adultas, normalmente com comorbidades acentuadas. Pode haver reganho de peso após cirurgia bariátrica e esta relaciona-se com a condição psicológica, influenciando assim nos indicadores bioquímicos e nutricionais.