Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Bigeli, Maria Cristina Floriano [UNESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/153382
|
Resumo: |
Desde que os portugueses aportaram no litoral norte do território que se tornou o Brasil e tiveram seus primeiros contatos com os povos que habitavam o local, representações acerca daqueles sujeitos, que foram nomeados de “índios”, começaram a ser criadas e difundidas. Tais representações sobre os indígenas fazem parte da Historiografia brasileira até os dias atuais, principalmente por serem propagadas através do ensino de História do Brasil, que mantêm, desde o princípio, a perspectiva eurocêntrica na abordagem do ensino. Tratados como personagens coadjuvantes e sempre em função do colonizador – ora vistos como colaboradores, ora como estorvo do progresso do país –, os povos indígenas tiveram suas culturas e suas histórias generalizadas, romantizadas e suas vozes silenciadas. Com a intenção de fazer uma “fotografia do tempo presente” entre os anos de 2014 e 2017, essa pesquisa analisa, a partir dos aportes teóricos e metodológicos da Análise de Discurso francesa, as representações encontradas nos discursos do Currículo São Paulo faz Escola e de professores de História atuantes na rede estadual de ensino de duas regiões paulistas – Assis e Tupã. O objetivo principal é compreender quais são as visões sobre os indígenas levadas até os bancos escolares após o fortalecimento de novas perspectivas sobre a temática, surgidas na Historiografia brasileira com a Nova História Indígena e também com a sanção da Lei 11.645/2008. Consideramos que as representações contidas no Currículo trazem no bojo visões sobre os povos indígenas semelhantes àquelas constituídas na Historiografia brasileira do século XIX. A princípio, esses povos são mostrados como heróis ecológicos, que, por serem exímios conhecedores daquilo que nós, não indígenas, conhecemos por natureza, nos deixam lições de preservação que devemos nos inspirar. Quando são abordados no período Colonial, principiam sendo passivos e aliados aos portugueses, mas a representação de que são contrários ao trabalho que visa o lucro está presente – como se os indígenas não gostassem de trabalhar. Para além disso, as generalizações a respeito das etnias, a romantização e o papel secundário dos indígenas na construção da História brasileira são mantidos. Nos discursos dos professores, percebemos que a maioria das representações é condizente com o discurso do Currículo. Dos docentes que ministram aulas na região de Tupã, notamos a preocupação com o fortalecimento das visões dos próprios indígenas a respeito de sua História e Cultura e também da constituição da História do Brasil. Já nos discursos dos participantes da região de Assis, consideramos que, apesar da forte ligação com as representações contidas no Currículo, também não deixam de valorizar, porém, em menor proporção (se comparados ao grupo de docentes de Tupã), o ponto de vista dos povos nativos sobre a História. Por fim, concluímos que para haver mudanças significativas no tratamento da temática indígena nas escolas, que vise a superação de representações generalizadas, a aproximação do ensino de História com a Nova História Indígena é necessária tanto na elaboração do Currículo como na formação, seja universitária ou continuada, dos professores. |