Museus e centros de ciências brasileiros: a constituição do caráter educativo e os principais referenciais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Carneiro, Guilherme do Amaral
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/194295
Resumo: Os museus expandiram-se em variedade e popularidade nas últimas décadas. Apesar dos museus terem historicamente uma orientação primária voltada para coleções e pesquisa, nos últimos tempos estas instituições também têm sido vistas como espaços educativos. De modo geral, todos os museus, em maior ou menor grau, atualmente, colocam ênfase neste papel. Os museus e centros de ciências, por sua vez, desenvolveram-se no decorrer da história dos museus e a identidade de cada um deles, construída ao longo de um processo histórico, foi definida pelos objetos, estruturas, recursos financeiros e humanos que dispõem. No que diz respeito à constituição do caráter educativo dos museus de ciências, estudos recentes demonstram que existem especificidades e apontam que um aspecto de maior influência nas suas práticas educativas diz respeito à formação e escolhas dos educadores e coordenadores destas instituições. Por meio desta investigação procurou-se identificar a produção da área e os principais referenciais pedagógicos a partir de uma revisão bibliográfica da produção dos últimos 20 anos do maior evento de ensino de ciências brasileiro, o ENPEC. Paralelamente, foram consultados educadores em museus de todo o Brasil para selecionar instituições consideradas por eles como referência por suas práticas educativas e enriquecer as discussões sobre as orientações pedagógicas e abordagens destas instituições no Brasil. Foram entrevistados dez coordenadores e/ou educadores responsáveis por sete museus apontados pelos pares como referência. A metodologia adotada foi inspirada no referencial das pesquisas qualitativas e a interpretação das entrevistas foi feita com base na análise de conteúdo e nos pressupostos da educação crítica. A proposta permitiu identificar que a constituição do caráter educativo destas instituições se deu inspirada nos referenciais pedagógicos da educação formal e do ensino de ciências. O amadurecimento de pesquisas na área permitiu definir as diferenças com relação à educação formal, sua importância e particularidades, reforçando o caráter educativo destas instituições. A partir dos resultados obtidos e das reflexões sobre estas questões propusemos uma filogenia dos museus de ciências brasileiros que permitiu um retrato das diferentes gerações de museus de ciências no País a partir das suas preocupações e referenciais pedagógicos. As reflexões realizadas permitiram-nos uma leitura acerca do papel dos museus de ciências, indicando a existência de um conjunto de instituições que se aproximam da educação crítica e permanecem ligados a institutos de pesquisa, enquanto que uma nova geração de museus de ciências afasta-se do campo da educação e da pesquisa.