Biogeografia de florestas estacionais deciduais sobre afloramentos calcários em diferentes biomas brasileiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Melo, Pablo Hendrigo Alves de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/236368
Resumo: Rochas carbonáticas suportam importantes aquíferos, dos quais cerca de 20 a 25% da população mundial depende. No Brasil, essas rochas correspondem a aproximadamente 2,8% da área continental e ocorrem em todos os domínios fitogeográficos. Associadas comumente aos afloramentos de calcários, as Florestas Tropicais Sazonalmente Secas têm a discussão sobre a sua história biogeográfica norteada pelas teorias do Arco Pleistocênico e Floresta Sazonalmente Seca Residual do Pleistoceno. De forma geral, essas teorias propõem que essas florestas constituíam, anteriormente, uma formação extensa e contínua durante o último máximo glacial, entre 18 e 12 mil anos antes do presente. Entretanto, não se conhece a relação de similaridade florística entre afloramentos de calcários em diferentes domínios fitogeográficos, tampouco a relação de similaridade florística entre afloramentos calcários e matriz no entorno. Para investigar essas questões, realizou-se o levantamento florístico de plantas vasculares em 11 afloramentos de calcários na Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica. Calculou-se a similaridade florística entre os afloramentos de calcário estudados, bem como entre eles e a matriz no entorno. Por fim, com o auxílio de modelos preditivos de distribuição de espécies, avaliou-se a congruência temporal entre eventos de expansões e/ou retrações de área de distribuição potencial interespecíficos e entre as espécies, com o período de relativa estabilidade da distribuição nas florestas secas do período de 18 a 12 mil anos antes do presente. Os resultados sugerem que a composição florística registrada em afloramentos de calcário na Mata Atlântica foi muito distinta daquelas registradas em afloramentos de calcário na Caatinga e no Cerrado. Com exceção de áreas ecotonais, afloramentos de calcário na Caatinga e no Cerrado apresentaram um fraco relacionamento florístico. A similaridade florística entre os afloramentos dentro do Cerrado diminui significativamente com o aumento da distância geográfica e, no geral, os afloramentos apresentam alta dissimilaridade florística média com a matriz do entorno. Para os modelos, os resultados sugerem que a dinâmica biogeográfica individual das espécies não foi sincronizada com os processos gerais de estabilidade propostos para as florestas secas do período de 18 a 12 mil anos antes do presente, uma vez que três quartos das espécies apresentaram tendência de regressão ou expansão de área de distribuição potencial nesse período. Assim, os resultados corroboram a hipótese de que espécies diferentes não responderam de maneira semelhante às mudanças no clima e permitem concluir que não houve congruência temporal entre eventos de expansões e/ou das espécies no período avaliado.