Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Soares, Daniela Alves |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/236147
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Resumo: |
A partir de conceitos que se inter-relacionam, como sonho, foreground, transcendência, ser mais, inacabamento, e alteridade, tendo por base especialmente os autores Paulo Freire, Ole Skovsmose e Emmanuel Lévinas, essa tese teve por intenção perseguir o seguinte objetivo geral: Investigar de que forma sonham adolescentes em desvantagem social e identificar possibilidades para que as aulas de matemática possam proporcionar mais espaços para o desenvolvimento dos sonhos desses adolescentes. Esse objetivo é a materialização da seguinte questão de pesquisa: Como adolescentes em desvantagem social sonham e de que forma as aulas de matemática podem proporcionar espaços para o desenvolvimento dos sonhos desses adolescentes? Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com método de pesquisa particular, construído durante a trajetória dessa tese, e que possui inspiração nos métodos de estudo de caso, história oral temática e história de vida. A tese tem como formato o estilo multipaper. A produção de dados foi realizada junto a adolescentes, com idade entre 15 e 17 anos, de duas escolas públicas: uma escola federal situada em município paulista, próximo a região metropolitana de São Paulo, e uma escola distrital, situada na periferia da cidade de Bogotá, na Colômbia. Tanto na escola brasileira como na colombiana, os procedimentos para produção de dados foram os mesmos: grupos de discussão com estudantes do 1º ano do Ensino Médio (o equivalente ao 10º da Educación Media colombiana), sendo oito jovens na escola brasileira e nove na colombiana, e entrevistas semiestruturadas com quatro desses estudantes, de cada escola. A produção de dados se deu entre os meses de agosto e setembro de 2019. A análise dos dados também teve método próprio, com inspirações na análise de conteúdo e história de vida. Foram construídos quatro artigos de análise com enfoques diferentes com a intenção de perseguir a questão de pesquisa. Como resultados, destaco que os estudantes revelaram a existência de poucos espaços para sonhos na escola de forma geral, e especialmente nas aulas de matemática. Isso se deve, na perspectiva dos estudantes, ao conteúdo rígido, às relações professor-aluno e à competição durante às aulas, e propuseram aulas mais colaborativas e o estreitamento das relações. Identificou-se também que os jovens, em sua maioria, têm muitos sonhos, a maior parte relacionados ao contexto profissional, mas alguns poucos estudantes expuseram ter um sonho único ou nenhum sonho. Constatou-se a forte relação entre as histórias de vida dos estudantes e seus sonhos; a grande influência da escola como promotora de novas possibilidades; e a presença de sonhos para familiares e comunidade. Com base em suas histórias, sonhos e as justificativas apresentadas, elaborou-se uma tipologia de sonhos para jovens em desvantagem social, qual seja: sonhos como necessidade, como possibilidade, como alteridade e como fruição. Argumentou-se que essa tipologia também pode se constituir como motivos para aprender. Por fim, destacou-se também a influência dos sistemas capitalista e liberal assim como da colonização no que diz respeito ao estreitamento dos sonhos, e concluiu-se que a luta por mais espaço para sonhos na escola e nas aulas de matemática não pode estar dissociada da luta por justiça social. |