O jogo quixotesco e a construção de realidades ficcionais: eu e os outros em Dom Quixote

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Campos, Luciana das Graças [UNESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/122245
Resumo: Queremos discutir, por meio de episódios escolhidos do romance Dom Quixote de La Mancha, de Miguel de Cervantes Saavedra, como ocorre a representação de realidades e o consequente jogo entre ficções no interior desse romance. Partindo do princípio de que o protagonista de Cervantes, Alonso Quijano, é um fidalgo que decide se transformar em um herói de cavalaria, Dom Quixote, criando uma realidade e um personagem diferentes, torna-se simples entender a ocorrência, durante todo o enredo, do jogo entre a representação da realidade não cavaleiresca e da realidade cavaleiresca. Tal jogo se intensifica com a descoberta de que as primeiras aventuras do cavaleiro e daquele que se tornará seu escudeiro fiel, Sancho Pança, foram escritas por um historiador mouro e rodam o mundo. Ao se apresentar no enredo a ficção da própria ficção – a história criada por Dom Quixote e a escrita a partir dessa sua criação – ocorre a representação de diversos acontecimentos tipicamente cavaleirescos, por obra também de personagens secundários, ampliando o jogo no romance. Analisaremos a representação de realidades e a ficção aproveitando as contribuições de Aristóteles sobre a mímesis, assim como as de Erich Auerbach, Kate Hambürguer, Michael Riffaterre e Paul Ricoeur. Para tratar da ficção enquanto ―vida alternativa‖ do homem, utilizaremos as ideias de Vargas Llosa e, sobre a ficção como mecanismo narrativo, serão úteis os estudos de Umberto Eco, Gustavo Bernardo, entre outros