Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Neves-Corrêa, Maurício |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual Paulista (Unesp)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11449/158344
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Resumo: |
Os dizeres “ordem e progresso” estampados na bandeira nacional rememoram discursos que atravessam as histórias do Brasil e constituem a nação como “o país do futuro, o país do milagre”. Há, entretanto, em nossa sociedade, lugares que flutuam em fuga deste “milagre” e deste “progresso”. Chamamos esses espaços, hoje, de aldeias indígenas. Lugares que despertam fascínio e medo. Permeiam o imaginário nacional de onde vai emergir o corpo indígena pintado e com um arco e flecha, seja para admiração ou para o pavor. Esses espaços estão presentes nas margens de nossa sociedade, são o contrário do que não tem lugar, eles são heterotopias. O objetivo deste trabalho é realizar uma pesquisa arquegenealógica a partir dos estudos de Michel Foucault a fim de problematizar acontecimentos discursivos que inventaram e inventam identidades de povos indígenas em histórias filmadas no decorrer do século XX até a contemporaneidade. Pretendemos analisar processos discursivos construídos em materialidades fílmicas que agenciam uma ética e uma estética da corporalidade, da sexualidade e do gênero cujos efeitos de sentido objetivam/subjetivam o indígena brasileiro. Essa análise pressupõe focalizar os regimes de verdade que constituem esses discursos. Por que determinados enunciados ganharam destaque na mídia e outros foram interditados, excluídos? Que relações de saber e poder agenciaram e agenciam o movimento dessas agitações históricas? Quais os interesses e as oposições de atores tão distintos como os Governos Brasileiros, a TV Globo, as ONGs, os antropólogos, os documentaristas e os próprios índios como produtores de visibilidades e enunciabilidades sobre as sociedades indígenas? Para Gregolin (2008), a função do arqueogenealogista é “interpretar ou fazer a história do presente”. Este procedimento consistiria em mostrar que “as transformações históricas foram as responsáveis pela nossa atual constituição como sujeitos objetiváveis por ciências, normalizáveis por disciplinas”. A partir desta perspectiva teórica, a proposta é colocar em luta os saberes produzidos pelas diversas produções audiovisuais sobre/dos povos indígenas do lugar histórico de onde eles falam. Na relação mais estrita entre discurso e mídia, as contribuições na elaboração de uma Semiologia Histórica de J.J. Courtine e as propostas de uma análise do discurso com Michel Foucault empreendida por Rosário Gregolin e diversos pesquisadores brasileiros, que retomam as formulações da AD francesa e ampliam as reflexões sobre o funcionamento da mídia, no Brasil, também nortearão as análises desenvolvidas nesta pesquisa. |