Atividade acaricida de extratos vegetais de espécies nativas do cerrado brasileiro sobre o ácaro-rajado (Tetranychus urticae Koch)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Agustini, José Antonio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11449/250826
Resumo: O ácaro rajado, Tetranychus urticae Koch, é uma praga mundial, que causa danos em diversas culturas de importância econômica, tais como, feijão, soja, algodão, pêssego, morango, mamão, tomate, berinjela e plantas ornamentais. Seu manejo é feito principalmente por acaricidas químicos sintéticos. O uso inadequado de defensivos agrícolas, podem causar problemas ao meio ambiente e ao homem, além de induzir às pragas a almentar os níveis de resistência a seus princípios ativos. Estudos com extratos vegetais demonstram que esses produtos apresentam princípios ativos eficientes no controle de pragas, sendo menos nocivos tanto ao meio ambiente, bem como aos trabalhadores e consumidores, podendo fazer parte do manejo integrado de pragas e doenças. Em experimentos anteriores foram avaliados quarenta e sete extratos de doze espécies vegetais sobre T. urticae, em laboratório. Dentre estes, o extrato hidroetanólico de folhas de Kielmeyera variabilis (EHFKv) e o extrato hidroetanólicos de folhas de Xylopia aromatica (EHFXa), apresentaram altas atividades acaricidas sobre o ácaro rajado com materiais coletados em duas diferentes estações do ano. Os objetivos desse trabalho foram: avaliar os efeitos dos EHFKv e EHFXa aplicados sobre plantas de algodão, mamão e morango, infestadas com T. urticae em ambiente controlado; avaliar em laboratório a diluição, o efeito da pulverização sobre ovos T. urticae e a conservação das atividades acaricidas sobre o ácaro rajado para materiais coletados em três anos consecutivos com dois diferentes tipos de armazenamento. Para tanto, folhas das duas espécies foram coletadas na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão da UNESP, no município de Selvíria/MS. Para a produção dos extratos utilizou-se a proporção de 20 g de folhas secas moídas em 80 g do solvente, etanol 70 %. Nos testes de diluições (0 %, 25 %, 50 %, 75 % e 100 %) para o EHFXa não houve diferenças em se utilizar o extrato bruto, sua diluição de 75 % e a abamectina e para o EHFKv não houve diferenças em se utilizar o extrato bruto (100 %), as diluições de 75 % e 50 % e a abamectina. Nos testes de atividade acaricida em plantas de algodoeiro, mamoeiro e morangueiro as reduções de populações e de oviposições de T. urticae em relação aos controles negativos em pelo menos uma das avaliações, foram superiores a 70 % nos experimentos I e II para os dois extratos e suas diluições de 50 % bem como para abamectina, com exceção do EHFXa 50 % que para estas duas variáveis teve redução superior a 50 %. Nos testes de aplicação dos extratos sobre ovos de T. urticae as porcentagens de redução de população de ácaros adultos em reação aos controles negativos no experimento I foram 56,61 % (EHFXa), 76,02 % (EHFKv) e 99,77 % (abamectina) e no experimento II os dois extratos e a abamectina apresentaram 100 % de redução. Nos testes de materiais coletados em três anos consecutivos e com dois tipos de armazenamentos as porcentagens de mortalidades corrigidas em relação ao controle negativo para o EHFXa ficaram entre 23,91 %, material coletado um ano antes e armazenado em almoxarifado e 67,39 %, material coletado um ano antes e armazenado em refrigerador (o material recém coletado e a abamectina apresentaram 63,04 % e 78,26 %, respectivamente). Já para o EHFKv as porcentagens de mortalidades corrigidas ficaram entre 82 %, material coletado dois anos antes e armazenado em almoxarifado e 92 %, material coletado um ano antes e armazenado em refrigerador (o material recém coletado e a abamectina apresentaram, na mesma ordem, 84 % e 88 %). De acordo com os resultados obtidos nos quatros testes desenvolvidos neste trabalho, tendo como alvo T. urticae, os dois extratos brutos (EHFXa e EHFKv) podem ser diluídos pela metade, aplicados sobre as culturas de algodão e mamão, apresentam efeitos quando aplicado sobre ovos e as folhas moídas para produção dos extratos podem ser armazenadas por dois anos em refrigerador.