Efeito do tratamento com nanocápsulas poliméricas contendo clozapina sobre parâmetros de estresse oxidativo em ratos wistar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Güllich, Angélica Aparecida da Costa
Orientador(a): Manfredini, Vanusa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/299
Resumo: A clozapina é um antipsicótico de segunda geração, da família da dibenzodiazepina sendo o tratamento de primeira escolha na esquizofrenia refratária, devido ao seu efeito marcante sobre os sintomas positivos e negativos da doença. No entanto, seus efeitos adversos graves limitam o uso na terapia clínica, como agranulocitose, cardiotoxicidade e hepatotoxicidade. Em virtude dessas complicações torna-se necessário uma forma farmacêutica capaz de vetorizar o fármaco para seu local de ação, reduzindo efeitos indesejáveis e minimizando o estresse oxidativo, fazendo dos nanossistemas uma ferramenta promissora para este fim. O objetivo desse trabalho foi verificar o efeito do tratamento com nanossistemas contendo clozapina sobre parâmetros de estresse oxidativo em ratos Wistar. O estudo foi constituído de oito grupos de ratos machos Wistar (n = 6), os animais receberam os seguintes tratamentos: solução salina (NaCl 0,9% 1,0 mL/Kg i.p.), clozapina livre (25 mg/Kg i.p.), nanocápsulas brancas sem revestimento (1,0 mL/Kg i.p.), nanocápsulas contendo clozapina sem revestimento (25 mg/Kg i.p.), nanocápsulas brancas revestidas com quitosana ou polietilenoglicol (1,0 mL/Kg i.p.), nanocápsulas contendo clozapina revestidas com quitosana ou polietilenoglicol (25 mg/Kg i.p.). Os animais receberam as formulações uma vez ao dia durante sete dias consecutivos, sendo eutanasiados no oitavo dia. Foram coletados sangue total e os órgãos coração, fígado e rim para análises posteriores. A terapia com nanossistemas contendo clozapina foi eficaz em manter os níveis hematológicos dentro da normalidade. A quantificação dos marcadores enzimáticos para funções cardíaca, hepática e renal demonstrou níveis séricos significativamente diminuídos (p < 0,05) quando comparado ao grupo clozapina livre, ficando mais evidente a melhora clínica no grupo nanocápsulas contendo clozapina revestidas com quitosana nos marcadores cardíacos e hepáticos. A análise histopatológica dos órgãos mostrou que os diferentes nanossistemas contendo clozapina foram capazes de reduzir danos teciduais. A atividade das enzimas antioxidantes catalase, superóxido dismutase e glutationa peroxidase apresentou-se significativamente elevada nos grupos com diferentes nanossistemas, assim como a atividade da glutationa reduzida, sendo do grupo nanocápsulas contendo clozapina revestidas com quitosana os melhores resultados. Quanto ao dano oxidativo em lipídios de membrana, proteínas plasmáticas e no material genético, a clozapina livre induziu o dano enquanto que os diferentes nanossistemas contendo clozapina foram capazes que reduzi-lo, sendo mais evidente no grupo nanocápsulas contendo clozapina revestidas com polietilenoglicol. Logo, os achados demonstram que diferentes revestimentos podem atuar de maneira diversificada e específica para cada órgão ou tecido pelo qual possuem maior afinidade. A nanoencapsulação da clozapina é uma ferramenta terapêutica promissora, capaz de atenuar os efeitos nocivos do fármaco, minimizando o estresse oxidativo, tornando-a um fármaco mais seguro aos pacientes.