Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Santos, Natalia Mansur Haddad de Oliveira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/5/5142/tde-07082024-163629/
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Resumo: |
Introdução: A esquizofrenia é um transtorno psiquiátrico complexo, cuja fisiologia e etiologia não foram completamente elucidadas. Evidências sugerem o possível envolvimento do sistema endocanabinoide (SEC) nessa condição. O objetivo dessa pesquisa foi identificar as diferenças no SEC entre pacientes com esquizofrenia resistentes e não resistentes ao tratamento e controles saudáveis. Como diferentes fatores podem influenciar os níveis de endocanabinoides circulantes e de receptores CB2, investigamos também os efeitos do peso, uso de cannabis, sexo e uso de medicação antipsicótica. Objetivos: Determinar a modulação periférica do SEC pode ser relevante para diferenciar indivíduos com esquizofrenia. Tal diferenciação pode ser estendida para subgrupos de indivíduos, aqueles que fazem uso de cannabis ou antipsicóticos, particularmente aqueles resistentes ao tratamento. Métodos: Pacientes e controles foram recrutados do ambulatório do Grupo de Psicoses da Universidade de São Paulo, Brasil. Uma amostra de 93 indivíduos foi dividida em três grupos: pacientes com esquizofrenia em uso de clozapina (resistentes ao tratamento (n=29), pacientes com esquizofrenia usando outro antipsicótico (n=31) e controles (n=33). Foram mensurados proteínas e metabólitos em sangue periférico envolvidos no SEC, sendo quantificadas AEA (anandamida), 2AG (2-arachidonoil etanolamina) e receptor CB2 (periférico). Resultados: Indivíduos que relataram uso de cannabis na vida apresentaram menores valores de 2-AG no plasma (p=0.011). Em relação ao receptor CB2, os valores dos pacientes com esquizofrenia e controles foram similares, mas aqueles que faziam uso de antipsicótico não clozapínico apresentaram maiores valores (p=0.022). Após realização de modelos lineares generalizados para controlar possíveis confundidores, o uso de cannabis permaneceu como único fator que influenciava os níveis de 2-AG, e o uso de antipsicótico não clozapínico como único fator relacionado a alterações nos valores de CB2. Conclusão: Pela primeira vez, até onde sabemos, o uso de cannabis e medicação antipsicótica foi relacionado à potencial redução dos níveis de 2-AG e aumento de receptores CB2 periféricos, respectivamente. Nossos dados agregam conhecimento ao entendimento do SEC e sua relação na patofisiologia da esquizofrenia. Entretanto, uma vez que a literatura ainda é ambígua, mais estudos relacionados são necessários. Um melhor entendimento do papel do SEC na esquizofrenia pode estar implicado na reavaliação do diagnóstico e dos critérios de comorbidade, possibilitando a busca de novos alvos farmacológicos para esse transtorno complexo e oneroso |