Reprotoxicidade de formulação à base de glifosato em caenorhabditis elegans não se deve apenas ao ingrediente ativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Jacques, Maurício Tavares lattes
Orientador(a): Ávila, Daiana Silva de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Bioquímica
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/5476
Resumo: Os pesticidas nos garantem uma alta produtividade na agricultura, mas os custos a longo prazo se mostraram muito altos. A intoxicação aguda e crônica de seres humanos e animais, a contaminação do solo, da água e dos alimentos são consequências da demanda atual e das vendas desses produtos. Sucessos comerciais, com altas vendas globais, como o glifosato, ilustram esse cenário. Além disso, pesticidas, como o glifosato, são vendidos em formulações comerciais que possuem ingredientes inertes, substâncias com composição e proporção desconhecida. Diante desse cenário, são necessários estudos toxicológicos que investigam a composição e a interação entre o princípio ativo e os inertes. O seguinte trabalho propôs estudos de toxicologia comparativa entre o glifosato e sua formulação comercial usando o modelo alternativo Caenorhabditis elegans. Vermes foram primeiro expostos em meio líquido durante 30 minutos a diferentes concentrações do ingrediente ativo (glifosato em sal de monoisopropilamina) e sua formulação comercial. No final deste período, os vermes foram transferidos para um meio sólido, onde a exposição continuou por mais 48 horas. A capacidade reprodutiva foi avaliada através do tamanho da ninhada, análise morfológica de ovócitos e através da cepa MD701 (bcIs39), que permite a visualização de células germinativas na apoptose. Além disso, a composição de metais potencialmente tóxicos na formulação comercial também foi analisada por ICP-MS. Apenas a formulação comercial de glifosato apresentou efeitos negativos significativos sobre o tamanho da ninhada, comprimento do corpo, tamanho do ovócito e o número de células apoptóticas. A análise de metais mostrou a presença de Hg, Fe, Mn, Cu, Zn, As, Cd e Pb na formulação comercial. Em conjunto, esses resultados trazem luz ao desconhecido, que é a composição de metais das formulações comerciais de pesticidas. Por fim, demonstramos no modelo C. elegans que a adição de ingredientes inertes aumentou o perfil tóxico do ingrediente ativo glifosato.