Efeito neuroprotetor do ácido hidroxâmico de suberoilanilida (Saha), um inibidor de HDAC, em modelo de doença de Alzheimer induzida por injeção do peptídeo β-amilóide 1-42

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rocha, Kellen Mariane Athaide
Orientador(a): Jesse, Cristiano Ricardo lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Bioquímica
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/3369
Resumo: A doença de Alzheimer (DA) é uma desordem neurodegenerativa crônica caracterizada clinicamente pela perda progressiva de função cognitiva, distúrbios neuropsiquiátricos e comportamentais. Patologicamente esta doença caracteriza-se pelo acúmulo anormal do peptídeo β-amilóide (Aβ) no córtex e no hipocampo, emaranhados neurofibrilares intracelulares formados por tau hiperfosforilada, disfunção progressiva sináptica e, posteriormente perda neuronal. As opções terapêuticas disponíveis melhoram os sintomas, mas não impedem a progressão da doença, portanto, ainda está faltando uma estratégia terapêutica efetiva para DA. Há estudos relacionados à utilização de terapia epigenética para o tratamento da DA, a terapêutica mais desenvolvida é a que envolve a classe dos inibidores das deacetilases (HDACs). Assim, este trabalho tem por objetivo investigar o efeito protetor do inibidor da HDAC ácido hidroxâmico de suberoilanilida (SAHA) em um modelo de DA em camundongos. Para isso, foram utilizados 50 camundongos Swiss adultos, pesando entre 30-35 g, divididos em dois experimentos. No primeiro, os camundongos foram divididos em 6 grupos que receberam uma injeção de Aβ1-42 via intracerebroventricular (i.c.v.) no início da experiência (exceto o grupo Sham que foi utilizado como controle) para investigar a atividade das histonas   acetiltransferase (HATs) e HDAC, determinação dos níveis do fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF), expressão do mRNA de BDNF e modulação da via (cAMP/PKA/CREB) em uma curva de tempo (6 horas, 1, 3, 7 e 21 dias). Ao final de cada tempo, os animais foram submetidos ao teste cognitivo e foram eutanasiados. O córtex pré-frontal e o hipocampo foram removidos para posteriores análises. No segundo experimento, os camundongos foram dividos em 4 grupos: Grupo Controle (sham+veículo); Grupo Aβ1-42 (Aβ1-42 + veículo); Grupo SAHA (25 mg/kg, via intraperitoneal) (sham + SAHA); Grupo Interação (Aβ1-42 + SAHA). O peptídeo Aβ1-42 ou o veículo foram infundidos por injeção i.c.v. e, um dia depois, iniciou-se o tratamento, por via i.p., durante 21 dias. Ao final do experimento os animais foram submetidos ao teste cognitivo, eutanásiados para retirada das estruturas cerebrais. As amostras foram utilizadas para a determinação dos níveis de BDNF, expressão do mRNA de BDNF, atividade enzimática das histonas (HDAC e HATs) e regulação da via cAMP/PKA/CREB. O presente estudo observou deficiências significativas causadas pela Aβ1-42 na memória (Labirinto Aquático de Morris), bem como causou desequilíbrio das enzimas HAT/HDAC, redução de cAMP, PKA e CREB e BDNF no córtex pré-frontal e hipocampo de camundongos. A inibição de HDAC, com SAHA demostrou neuroproteção nas alterações comportamentais e neuroquímicas induzidas por Aβ1-42. Estes dados mostram que a acetilação através da inibição do HDAC, desempenha um papel fundamental na mediação da memória e demonstra que SAHA poderá ser uma ferramenta médica promissora na abordagem terapêutica para o tratamento da DA.