Identificação molecular e avaliação clínica, bioquímica e hematológica em equinos e caninos com Leishmaniose

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Escobar, Taiane Acunha lattes
Orientador(a): Manfredini, Vanusa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Doutorado em Bioquímica
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4672
Resumo: A leishmaniose é uma enfermidade parasitária infeciosa, de transmissão vetorial, causada pelos protozoários do gênero Leishmania. Acomete diversas espécies vertebradas, sendo o cão, o principal reservatório urbano. Os equinos, especialmente em contato com reservatórios ou vetores, podem ser infectados. Frente à situação epidemiológica da leishmaniose visceral (LV) em Uruguaiana, fronteira oeste do Rio Grande do Sul, a qual é classificada como área de transmissão da enfermidade, o presente estudo teve finalidade de realizar a identificação molecular das espécies de Leishmania em caninos e equinos, bem como avaliar sinais clínicos, alterações hematológicas, bioquímicas e de estresse oxidativo dos animais infectados. Participaram do experimento 127 animais (98 equinos e 29 caninos), de ambos os sexos com raças e idades variadas, entre novembro de 2016 e setembro de 2017, de regiões urbanas e periurbanas do município. Foi realizada anamnese e os animais foram submetidos a avaliação clínica e coleta de sangue periférico. O diagnóstico molecular, empregando Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), foi realizado após extração de DNA do sangue, com dois pares de iniciadores: RV1/RV2 – os quais hibridizam a região LT1 do kDNA gerando um amplicon de 145 pb; e os iniciadores L5.8SR/LITSV – específicos para a região ITS2 do DNA ribossomal, gerando um amplicon de 750 pb. Estes amplicons tiveram sua sequência determinada, a qual foi posteriormente utilizada para inferência filogenética. As alterações hematológicas e bioquímicas foram avaliadas com analisador hematológico (Sysmex KX-21N), contagem diferencial em lâminas de esfregaço e analisador bioquímico (Wiener CM 200) com kits comerciais Bioclin - Quibasa. O dano oxidativo foi mensurado pelo emprego das técnicas de Peroxidação lipídica e carbonilação de proteínas. O diagnóstico molecular identificou 14 equinos e 15 caninos infectados por Leishmania spp.. Destes, foram determinadas as sequências obtidas nos amplicons oriundos de 11 equinos e 14 caninos. A caracterização molecular revelou similaridade com: Leishmania infantum/ Leishmania chagasi, Leishmania donovani e Leishmania major. As principais alterações clínicas e hematológicas encontradas foram: lesões de pele, nódulos, linfadenopatia, redução da quantidade de hemácias e hematócrito, além de aumento da ureia em equinos. Nos cães, observou-se uma diminuição na quantidade de hemácias e linfocitose. Não foram observadas alterações nos marcadores de estresse oxidativo. Este trabalho foi pioneiro na identificação e caracterização de Leishmania spp. circulantes na região da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, após a classificação desta área como local de transmissão da LV. Também, foram iniciadas as investigações sobre a infecção por Leishmania e a avaliação das alterações clínicas, hematológicas, bioquímicas e de estresse oxidativo em equinos provenientes de áreas com LVC no município. Pesquisas devem ser intensificadas para reconhecer os diferentes hospedeiros e suas alterações clínicas, bem como aprimorar as técnicas de identificação e caracterização das espécies infectantes na região, que representa fundamental importância epidemiológica considerando a localização, Brasil/Uruguai/Argentina, para então reavaliar-se as medidas de controle e prevenção da leishmaniose.