Discriminação do gênero feminino no ambiente de trabalho: uma análise à luz da teoria institucional de Thorstein Veblen

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Moreira, Martiele Gonçalves lattes
Orientador(a): Fleck, Carolina Freddo lattes
Banca de defesa: Hoff, Debora Nayar lattes, Antonello, Cláudia Simone lattes, Almeida , José Felipe lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Administração
Departamento: Campus Santana do Livramento
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/3955
Resumo: Mulheres e homens, comumente, não usufruem das mesmas oportunidades no mercado de trabalho. A desigualdade de gênero se faz presente na sociedade brasileira e mostra-se fortemente arraigada por meio dos comportamentos dos indivíduos que as reforçam no dia a dia. Na reflexão sobre tais comportamentos, construiu-se um argumento teórico embasado na Teoria Institucional, que permitiu um olhar diferenciado para a discriminação da mulher no mercado de trabalho, sob a perspectiva de ver a questão como uma instituição. Para tanto, pretendeu-se analisar os hábitos e comportamentos que demonstram e promovem a discriminação no ambiente de trabalho de mulheres que atuam em uma rede de varejo, sob a ótica vebleniana. Veblen (1898) entende que as instituições são a forma de pensar dos homens e que os indivíduos têm costumes, hábitos e comportamentos que legitimam novas instituições ou corroboram as já existentes. Pressupõe-se, então, que os costumes e hábitos de comportamentos adotados pelos indivíduos no mercado de trabalho e nas relações sociais carregam consigo atitudes imperceptíveis que promovem a discriminação de gênero e a divisão sexual do trabalho. Sendo assim, delimitou-se o ciclo de desenvolvimento de instituições, que compreende desde os instintos inatos aos seres humanos até sua legitimação e instituição de normas de comportamentos, na perspectiva da discriminação da mulher no mercado de trabalho. Por meio de um estudo de caso, do tipo descritivo-exploratório e de cunho qualitativo em uma rede de supermercados, analisou-se a instituição da discriminação da mulher no mercado de trabalho. As análises de conteúdo e de discurso possibilitaram identificar com dados de entrevistas, observações e documentos que a construção teórica foi corroborada pela conduta dos funcionários da empresa. A diferenciação do ser mulher e o ser homem está fortemente arraigado na cultura da empresa estudada, sendo que há claramente o espaço laboral feminino e o masculino configurando-se assim, a divisão sexual do trabalho. Onde as mulheres ocupam os cargos característicos do sexo feminino que demandam organização, delicadeza e cuidado e os homens se encontram nas funções superiores de maior poder ou em cargos que exijam força física. Apesar de a empresa sustentar o discurso da igualdade de gênero, a discriminação da mulher no trabalho está enraizada no comportamento dos funcionários, logo, no seu contexto organizacional, evidenciando-se a institucionalização da discriminação de gênero. Sendo assim, comprovou-se empiricamente a construção teórica trazida pelo estudo, a teoria vebleniana conseguiu descrever o processo de institucionalização da discriminação da mulher no mercado de trabalho.