Avaliações toxicológicas da zootoxina de Philodryas patagoniensis (serpente: dipsadidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Costa, Márcio Tavares
Orientador(a): Folmer, Vanderlei
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/511
Resumo: Philodryas patagoniensis é uma serpente opistóglifa comum no Rio Grande do Sul. Sua peçonha, produzida na glândula Duvernoy, constitui-se basicamente por metaloproteinases. Compostos biologicamente ativos que, assim como outros extratos naturais, são alvos de pesquisas na busca por agentes farmacológicos. No entanto, em conjunto, os mesmos devem passar por testes para caracterizar seus efeitos toxicológicos. Estes exames permitem definir se o composto analisado é capaz de causar danos à saúde humana, diagnosticar seus possíveis locais de ação, além de apontar tratamentos em casos de intoxicações e envenenamentos. Assim, a presente dissertação visa avaliar os potenciais toxicológicos da peçonha de P. patagoniensis: citotoxicologia e genotoxicologia. Para tanto, espécimes de P. patagoniensis foram capturados para a extração da zootoxina, a qual teve sua concentração proteica determinada por método colorimétrico de Bradford. A determinação da toxicidade aguda foi realizada em Artemia salina. Para avaliar a citotoxicidade e a genotoxicidade utilizou-se o teste de exclusão de azul de Tripan e ensaio Cometa em leucócitos mononucleares humanos, respectivamente. Ao final, testou-se a presença de atividade DNase na peçonha via difusão radial em agarose, e sua capacidade de gerar estresse oxidativo em náuplios de A. salina. Os resultados indicaram uma concentração proteica média de 115,7 mg/mL nos pools de veneno extraídos, os quais apresentaram uma DL50 de 461 μg/mL em A. salina, dose que o caracteriza como tóxico para este modelo experimental. Ao testar a toxina nas concentrações de 55, 110, 220, 575 e 1150 μg/mL, sua capacidade citotoxicológica e genotoxicológica foi significativa nas duas maiores concentrações. A atividade DNase foi ausente, no entanto, o estresse oxidativo foi detectado pela presença de biomarcadores. Foi possível estabelecer uma relação direta entre a toxicidade aguda em A. salina, a citotoxicidade e a genotoxicidade apurada, pois as doses letais para as artêmias causaram danos significativos, enquanto que as subletais não obtiveram diferença expressiva. Entre as possíveis razões para esta toxicidade, o estresse oxidativo desencadeado pela zootoxina demonstra estar relacionado aos danos encontrados.