Deficiência, conhecimento e aprendizagem: uma análise relativa à produção acadêmica sobre educação especial e currículo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Correia, Gilvane Belem lattes
Orientador(a): Baptista, Claudio Roberto lattes
Banca de defesa: Vieira, Alexandro Braga lattes, Passerino, Liliana Maria lattes, Tezzari, Mauren Lúcia lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Outro
Programa de Pós-Graduação: Outros
Departamento: Campus São Borja
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/4065
Resumo: Esta pesquisa, de cunho qualitativo e bibliográfico, teve por objetivo discutir a relação entre educação especial e currículo, permeada pelos conceitos deficiência, conhecimento e aprendizagem. A base teórica está associada ao pensamento sistêmico, por meio do diálogo com estudiosos como Gregory Bateson, Humberto Maturana, Francisco Varela e Fritjof Capra. O trabalho também dialoga com as ideias de autores como Boaventura de Sousa Santos, Philippe Meirieu, além de estudos do campo do currículo. Buscou-se ainda apoio em referenciais como a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, promovida pela ONU, em 2007. São investigados os caminhos trilhados pela pesquisa acadêmica em educação ao relacionar educação especial e currículo, procurando identificar os aspectos que têm emergido como mais significativos. Foram analisados 148 trabalhos, entre teses, dissertações e artigos publicados nos Portais CAPES, Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações - BDBTD, ANPEd Nacional, ANPEd Sul e Redalyc, no período de 2009 a 2015. Entre os aspectos emergentes da pesquisa estão o destaque às adaptações, adequações, flexibilizações curriculares que, na forma como estão sendo descritas e praticadas, não potencializariam o acesso ao conhecimento por parte dos alunos com deficiência. Quanto às concepções percebidas como subjacentes às práticas, o estudo identificou a presença de concepções de deficiência como impedimento, incapacidade, atributo imutável; visão de conhecimento associado a uma dimensão exterior ao sujeito, como uma verdade perene; conceito de aprendizagem como capacidade de captar através dos sentidos, guardar na memória e reproduzir quando necessário. Diante de tais indícios, discute-se a possibilidade de problematizar a concepção de adaptações curriculares, na forma como as pesquisas as têm apresentado - currículos individualizados, paralelos e simplificados – a partir de conceitos mais abrangentes e da ressignificação de deficiência, conhecimento e aprendizagem. Nesse sentido, concebe-se o currículo como espaço-tempo de negociação entre culturas a partir das diferenças; a deficiência como construto social; o conhecimento como produção de significados, sempre vinculado ao poder e no plural (conhecimentos); e a aprendizagem como ação do sujeito sobre/com o meio. Essa perspectiva está respaldada na compreensão que pode ser sintetizada no conceito de: acessibilidade ao currículo.