Drosophila Melanogaster: Um Modelo Alternativo para o Estudo dos Efeitos Bioquímicos e Comportamentais Causados pela Exposição ao Manganês Durante o Desenvolvimento Embrionário

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Ternes, Ana Paula Lausmann
Orientador(a): Posser, Thaís
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/217
Resumo: O Manganês (Mn) é um elemento essencial para o ser humano. Sua absorção ocorre através da dieta, onde os níveis absorvidos são homeostaticamente controlados pelo sistema de excreção biliar; ou pela inalação. A exposição ao metal durante o período de desenvolvimento embrionário ou primeiros estágios de vida neonatal está associada a déficits cognitivos e comportamentos hiperativos. A exposição ao Mn nesse período é particularmente crítica uma vez que a aborção do metal é maior. Nesse sentido, o presente estudo buscou identificar as alterações bioquímicas e comportamentais geradas em Drosophila melanogaster pela exposição ao Mn durante o período de desenvolvimento embrionário. Para a pesquisa, D. melanogaster foram tratadas com cloreto de manganês (MnCl 2 ) nas concentrações de 0,1mM, 0,5mM e 1mM ao longo de todo o ciclo de desenvolvimento. Ao eclodirem, as moscas foram utilizadas nos ensaios bioquímicos, comportamentais e de dosagem de metais. Nas concentrações de 0,5mM e 1mM as moscas foram significativamente mais rápidas que o grupo controle (p<0,005), avaliado pelo teste de Geotaxia Negativa, além de apresentarem níveis aumentados de Mn (p<0,0001) à medida em que houve uma diminuição nos níveis de Ca, Fe, Cu, Zn e S. A viabilidade celular avaliada no grupo 1mM (p<0,05) esteve diminuída, enquanto que observou-se um aumento na produção de espécies reativas de oxigênio através do teste de DCF-DA, nos grupos 0,5mM e 1mM (p<0,05). Com relação à expressão de genes responsivos ao estresse celular, 1mM de Mn aumentou significativamente a expressão de RNAm de CAT, SOD (p<0,005) e HSP83 (p<0,0001), conforme a técnica de qPCR-RT. Em contrapartida, a atividade das enzimas catalase e superóxido dismutase não foram alteradas nos grupos 0,5mM e 1mM. Significativo aumento na atividade das enzimas tioredoxina redutase (p<0,05) e glutationa-S-transferase (p<0,005 e p<0,0001, respectivamente) foram observados. Com relação à modulação da fosforilação da via de transdução de MAPKs, Mn não alterou a fosforilação de ERK e JNK, entretanto, em 1mM o Mn inibiu a fosforilação de p38 MAPK . Nossos dados indicam um possível processo adaptativo à intoxicação com Mn em D. melanogaster levando a aumento de defesas antioxidantes e inibição de via de sinalização associadas com o processo apoptótico. Um desequilibrio na homeostasia de metais essenciais, associado a aumentada atividade locomotora também foi observado, fato este que sugere estar associado à atividade hiperativa em crianças.