Caracterização e estudo da incorporação do lodo de ETA em argamassa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Fernanda Pasini dos
Orientador(a): Armas, Luis Enrique Gomez
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Engenharia
Departamento: Campus Alegrete
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/3957
Resumo: O processo de tratamento de água produz um resíduo conhecido como lodo. Este por sua vez, é considerado um problema ambiental e econômico para as companhias de saneamento, que não sabem gerenciar corretamente estes resíduos e acabam por negligenciá-los. Atualmente, este lodo vem sido depositado em corpos hídricos ou em terrenos baldios, ocasionando a poluição destes locais. No município de Caçapava do Sul-RS, o lodo que é gerado na Estação de Tratamento de água (ETA) é conduzido para um leito de desaguamento a céu aberto em um terreno baldio, sendo esse o seu destino final. O presente estudo teve como objetivo caracterizar e utilizar este lodo como substituto do agregado miúdo (areia natural) na produção de argamassas. O procedimento experimental abrangeu a coleta do lodo, sua caracterização, estudo de dosagem das argamassas produzidas com diferentes teores de substituição de Lodo Seco (LS) e Lodo Calcinado (LC) e avaliação das argamassas produzidas com os lodos. Todas as amostras de Lodo utilizadas foram coletadas no mesmo dia na ETA de Caçapava do Sul, em 2017. Fizeram-se as dosagens das argamassas nos teores de 0%, 3%, 5% e 10% com a substituição do agregado miúdo em massa por lodo de ETA e relação água cimento fixa de 0,5. Avaliaram-se suas propriedades no estado fresco (consistência, densidade de massa e teor de ar incorporado) e no estado endurecido (absorção de água e resistência à tração na flexão e à compressão).Os resultados obtidos pela caracterização apontaram que o lodo seco possui uma quantidade expressiva de matéria orgânica (26%) e sua composição química é formada por óxidos (SiO2, Al2O3 e Fe2O3) e para o lodo calcinado o processo de queima (1000ºC) eliminou a matéria orgânica e sua constituição apresentou os mesmos óxidos que o lodo seco só que em maiores concentrações. Para as argamassas constatou-se que a substituição em massa da areia pelo lodo calcinado (LC) propiciou aumento nas propriedades mecânicas, sendo o teor de 3% o que obteve os melhores resultados. O lodo seco (LS) reduziu significativamente a resistência mecânica devido a presença de matéria orgânica. Este estudo comprova que o lodo de ETA tem potencial para ser utilizado como agregado miúdo na argamassa.