Crisina reverte o comportamento tipo depressivo e as alterações monoaminérgicas induzidas pelo hipotireoidismo em camundongos fêmeas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Bortolotto, Vandreza Cardoso lattes
Orientador(a): Prigol, Marina lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Acadêmico em Bioquímica
Departamento: Campus Uruguaiana
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br:8080/jspui/handle/riu/3372
Resumo: A glândula tireoide é uma das maiores glândulas do corpo, responsável pela produção de triiodotironina (T3) e tiroxina (T4), hormônios responsáveis pela homeostase do organismo. A redução na produção destes hormônios leva a um quadro de hipotireoidismo. O hipotireoidismo é uma desordem endócrina, mais prevalente no sexo feminino, e que pode causar uma série de alterações comportamentais e neurológicas, dentre elas a depressão. O flavonoide crisina, presente no maracujá do mato, própolis e mel de abelha, vem sendo estudado a alguns anos, sendo relatados seus efeitos antioxidantes, anticancerígenos, antihiperglicêmicos, ansiolíticos, e atualmente tem-se demonstrado sua atividade antidepressiva. O objetivo deste estudo foi investigar a ação terapêutica da crisina em modelo tipo depressivo induzido pelo hipotireoidismo em camundongos fêmeas C57BL/6 adultas. Primeiramernte os animais foram divididos em dois grandes grupos (n=20): controle e hipotireoidismo. O hipotireoidismo foi induzido por exposição contínua ao fármaco antitireoideo metimazol (MTZ) 0,1% + 0,475% de sucralose, durante 31 dias na água. No 31º dia foi retirado sangue da veia caudal e determinado os níveis de T3 e T4. Após os animais foram separados em quatro grupos (n=10): controle, hipotireoidismo, crisina, hipotireoidismo + crisina. A crisina (20mg/kg) foi administrada diariamente por 28 dias, via oral. Ao final do tratamento, os animais passaram por testes comportamentais de campo aberto (TCA), nado forçado (TNF) e suspensão de cauda (TSC), após realizou-se eutanásia nos animais, e coletou-se o sangue por punção cardíaca para análise bioquímica de T3 e T4, e retirou-se as estruturas cerebrais hipocampo e córtex pré frontal, para análises neuroquímicas de serotonina (5-HT), dopamina (DA), norepinefrina (NA). Nossos resultados demonstraram que os animais com hipotireoidismo apresentaram um aumento no tempo de imobilidade nos testes de TNF e TSC e a crisina foi capaz de reverter este tempo em ambos os testes. Demonstrou-se também que a crisina foi capaz de restaurar os níveis de neurotransmissores: 5-HT em ambas estruturas cerebrais e DA no hipocampo dos animais com hipotireoidismo, corroborando com os resultados dos testes comportamentais, nos quais o TNF está relacionado com o sistema serotoninérgico e o TSC com o sistema dopaminérgico. Em conclusão, nossos resultados demonstram pela primeira vez que a crisina é capaz de reverter o estado tipo depressivo induzido pelo hipotireoidismo, possivelmente por normalizar os níveis de 5-HT e DA.