Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Luz, Lúcia Fabiane da Silva |
Orientador(a): |
Boniatti, Márcio Manozzo |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Centro Universitario La Salle
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Saúde e Desenvolvimento Humano (PPGSDH)
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
BR
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/11690/708
|
Resumo: |
O delirium é um transtorno neuropsiquiátrico agudo com alta prevalência em pacientes críticos, com consequências a curto e longo prazo. Está associado ao aumento do tempo de internação hospitalar, prejuízo cognitivo e, possivelmente, diminuição da capacidade funcional. A associação com qualidade de vida ainda é incerta. O objetivo principal deste estudo é avaliar as consequências do delirium em pacientes internados em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) através da avaliação de capacidade funcional e cognição no momento da alta hospitalar e de qualidade de vida e retorno ao trabalho um mês após. Trata-se de um estudo de coorte prospectivo, desenvolvido na UTI do Hospital de Aeronáutica de Canoas/RS e do Hospital de Montenegro/RS. A coleta de dados ocorreu entre dezembro de 2015 e dezembro de 2016, com inclusão de todos os pacientes internados nas unidades do estudo. Foram excluídos os pacientes com qualquer condição que impossibilitou a aplicação da escala CAM-ICU, com menos de 24 horas de internação na UTI ou com recusa do paciente ou familiar em assinar o termo de consentimento. Durante o período do estudo, 252 pacientes foram avaliados para elegibilidade. Foram excluídos 69 pacientes, resultando em 183 pacientes incluídos no estudo. A incidência de delirium foi 43,7% (n = 80). Os pacientes com delirium eram mais velhos, mais frequentemente admitidos da enfermaria e mais graves. Além disso, os pacientes com delirium tiveram maior mortalidade hospitalar. Com relação à capacidade funcional, os pacientes com delirium apresentaram maior dependência funcional em relação aos pacientes sem delirium. O escore mediano de Barthel na alta hospitalar dos pacientes com delirium foi 50,0 (21,2 – 70,0). Para os pacientes sem delirium, o escore foi 80,0 (60,0 – 95,0) (p < 0,001). Os pacientes com delirium também apresentaram pior cognição na alta hospitalar. O escore do mini-exame mental dos pacientes com delirium foi, em média, 12,9 ± 7,5. Para os pacientes sem delirium, o resultado do escore foi 20,7 ± 9,8 (p < 0,001). Com relação à qualidade de vida, avaliada um mês após alta hospitalar, não houve diferença em nenhum dos domínios entre os pacientes com e sem delirium. Também não houve diferença de retorno ao trabalho em relação à incidência de delirium na UTI. Estes achados sugerem que os pacientes que apresentam delirium na UTI têm maior risco de prejuízo cognitivo e incapacidade funcional para as atividades básicas da vida diária no momento da alta hospitalar. Entretanto, isto não se traduz em piora da qualidade de vida ou maior dificuldade de retorno ao mercado de trabalho um mês após. |