Dor lombar crônica: análise dos afastamentos do trabalho e eficácia de tratamento com terapia de fotobiomodulação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Pimenta, Layana de Souza Guimarães lattes
Orientador(a): Costa, Lucíola da Cunha Menezes lattes, Tomazzoni, Shaiane, Costa, Leonardo Oliveira da Pena
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Cidade de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação Doutorado em Fisioterapia
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2220
Resumo: A dor lombar é considerada um importante problema de saúde pública por sua alta prevalência, além de ser a principal causa de incapacidade no mundo todo. Os custos relacionados com a dor lombar são altos, pois estão associados a utilização frequente dos serviços de saúde e um alto índice de afastamento do trabalho em adultos jovens. Os custos são divididos em custos com cuidados de saúde e em custos com perda de produtividade. Os custos com a perda de produtividade são geralmente relacionados com o absenteísmo e correspondem a maior parcela dos custos, respondendo por cerca de 90% dos custos totais. A dor na coluna está entre as principais condições que mais geraram afastamento do trabalho no Brasil. Em 2017, houve 95,6 mil afastamentos temporários por incapacidade devido dor na coluna e foi a primeira causa de aposentadoria precoce no Brasil. Apesar da Previdencia Social disponibilizar os dados de forma pública, as estatísticas específicas sobre os afastamentos por dor na coluna não estão consolidadas em publicações. Desta forma, no capítulo 2 abordaremos os dados de afastamentos do trabalho pela Previdência Social devido dor na coluna, com o objetivo de descrever o número de benefícios concedidos por dor na coluna entre 2008 e 2017, além de relacionar os dados demográficos e clínicos. Para isso, realizamos uma análise de dados secundários da Previdência Social, no qual foram selecionados os dados de benefícios concedidos por diagnóstico de dor na coluna segundo a Classificação Internacional de Doenças (CID-10) do grupo de dorsopatias (M40 a M54). Os dados foram obtidos através do Anuário Estatístico da Previdência Social e do Sistema Único de Benefícios. Os benefícios foram estratificados quanto ao tipo de benefício (temporário e permanentes), local de acometimento (cervical, torácica e lombar) e etiologia (inespecífica e específica) nas análises descritivas. Como resultados, encontramos que a dor na coluna foi responsável por 2.150.488 benefícios por incapacidade, correspondendo a 4,5% de todos os benefícios concedidos entre 2008 a 2017. A maioria dos beneficiários era do sexo masculino e estava na faixa etária entre os 30 a 59 anos. Identificamos maior prevalência nos benefícios classificados com CID da região lombar (43,9%) e de região não especificada (46,4%), além disso, foram classificados com etiologia inespecífica da coluna (58,1%). A maioria dos benefícios foram temporários (93,6%) e tiveram duração de até 3 meses de afastamento (59,5%). Desta forma, podemos concluir que os afastamentos do trabalho devido a dor na coluna no Brasil foram altos no período de 2008 a 2017. Grande parte dos benefícios foram temporários e de curta duração. Houve grande prevalência de afastamentos em beneficiários com dor lombar. Este estudo fornece dados importantes sobre os afastamentos do trabalho em países em desenvolvimento e demonstra a necessidade de formulação de políticas públicas de prevenção e promoção de saúde, visando a redução dos afastamentos por dor na coluna. Devido a alta prevalência de dor lombar, cada vez mais é importante buscar medidas de prevenção e tratamento para dor lombar crônica. As diretrizes de prática clínica recomendam intervenções não farmacológicas e endossam o uso de exercícios para melhora da dor e função. De forma semelhante, a maioria das diretrizes não recomendam o uso de terapias passivas, como os agentes eletrofísicos, por serem ineficazes para dor lombar. No entanto, algumas diretrizes consideram essas terapias como uma opção adicional a tratamentos ativos. Assim, a terapia de fotobiomodulação é recomendada para o tratamento da dor lombar crônica pela diretriz do American College of Physicians (ACP), enquanto a diretriz do National Institute for Health and Care Excellence (NICE) não recomenda o uso da terapia de fotobiomodulação, porém ressalta que não descarta as evidências acerca dos benefícios clínicos. Desta forma, observa-se que as evidências atuais dos efeitos da terapia de fotobiomodulação na dor lombar ainda são conflitantes. Desta forma, no capítulo 3 e 4 abordamos os efeitos da terapia de fotobiomodulação contra o placebo na intensidade da dor, incapacidade geral e específica, e a percepção do efeito global em pacientes com dor lombar crônica inespecífica a curto, médio e longo prazo. Para isso, realizamos um estudo aleatorizado controlado por placebo, com cegamentos de pacientes, terapeutas e avaliadores. O estudo foi realizado no Centro de Excelência em Pesquisa Clínica em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, entre abril de 2017 e maio de 2019. Um total de 148 pacientes com dor lombar crônica foram aleatorizados nos grupos terapia de fotobiomodulação ativa (n = 74) ou placebo (n = 74). Os pacientes receberam 12 sessões de tratamento, 3 vezes por semana, durante 4 semanas. Todos os pacientes receberam um material educacional baseado no 'The Back Book'. As avaliações de acompanhamento foram realizadas no início e final do tratamento (4 semanas), 3, 6 e 12 meses após a randomização. Os desfechos primários foram intensidade da dor e incapacidade mensurada ao final do tratamento (4 semanas). O efeito do tratamento foi estimado com modelos lineares mistos, seguindo os princípios da intenção de tratar a análise. Os resultados mostraram que não houve diferenças estatisticamente significantes entre os grupos para intensidade da dor (DM = 0,01 ponto; IC95% = - 0,94 a 0,96) e incapacidade geral (DM = -0,63 pontos; IC95% = -2,23 a 0,97) em 4 semanas. Concluímos que a terapia de fotobiomodulação não foi melhor que o placebo em pacientes com dor lombar crônica inespecífica.