Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Silva, Edna Aparecida Rodrigues da
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Orientador(a): |
Schwartzmann, Matheus Nogueira
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Banca de defesa: |
Figueiredo, Maria Flávia
,
Silva, Sueli Ramos da
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade de Franca
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Mestrado em Linguística
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/678
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Resumo: |
O presente trabalho propõe analisar as construções figurativa e passional do medo no espaço de reclusão que se constrói no conto “Casa Tomada”, do livro Bestiário, de 1951. Tendo como ponto de partida a metodologia da teoria semiótica de linha francesa, percebe-se que os mecanismos discursivos de debreagem enunciativa e ancoragem espacial e temporal estão na base da construção do sentido do conto, já que nele se narra a convivência de um casal de irmãos que vivem enclausurados em uma mesma casa, herança de família, que se constitui para eles como o seu cenário principal e palco de suas existências. No conto, os irmãos, de modo metódico, gradativamente abandonam uma existência exterior para viver e valorizar o interior da casa. Dedicando a maior parte do dia a atividades de organização do imóvel, os irmãos assumem uma forma de vida perturbadora, uma vez que criam um sistema severo de limpeza e manutenção da ordem da grande casa, único espaço de debate desses dois adultos solitários. Essa limitação e esse sofrimento solitário são o ponto chave dos estados de alma dos sujeitos, pois é justamente o enclausuramento que desencadeia o conflito modal presente no conto. Isso quer dizer que a gradação e reiteração das emoções a que os personagens estão submetidos revela um desequilíbrio. Os personagens vivem, portanto, uma rotina muito rígida dedicada exclusivamente a casa, como se ela, embora um ser inanimado, tivesse vida e fosse capaz de determinar os modos de ação dos seus moradores. O conto é desenvolvido sob um tom de mistério, criando em seu interior um forte clima de expectativa e suspense os quais desencadeiam estados afetivos nos sujeitos; ou seja, durante o percurso narrativo, o ator principal, o irmão, aponta indícios sobre seu estilo de vida exótico, revelando comportamentos estereotipados – manias, medos, angústias, obsessões – que nos permitem pensar em uma isotopia do alheamento. Esse alheamento é marcado inicialmente por um estado de desesperança que vai, no entanto, no decorrer do conto, intensificando-se de modo que gera outros estados passionais nos sujeitos. Assim, esta análise buscará mostrar como o enunciador do conto constrói a sua própria identidade, a da irmã e a da própria casa, a partir das coerções do espaço-tempo em que vivem, e como as transformações dos sujeitos estão diretamente ligadas às ideias de alheamento e interesse, realidade e insólito, de exterioridade e interioridade que circundam todo o texto. |