A construção da demanda para o serviço de psicologia no contexto da atenção básica à saúde e o da promoção de saúde no município de Uberaba – MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Cunha, Keila Rezende lattes
Orientador(a): Simon, Cristiane Paulin lattes
Banca de defesa: Silva, Rosalina Carvalho da lattes, Cardoso, Carmem Lúcia lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade de Franca
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado em Promoção de Saúde
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/831
Resumo: A psicologia tem crescido como área de atuação no serviço público,, o que suscita necessidade de mudanças na forma de exercê-la, a fim de adequá-la às particularidades deste contexto de atuação, que se difere da clínica particular pelas características sócio-culturais e econômicas de sua clientela.. Desta forma,, este trabalho teve como objetivo analisar como as demandas para o serviço de psicologia têm sido compreendidas//interpretadas pelos psicólogos e analisar as concepções e ações de promoção de saúde desenvolvidas pelos psicólogos nas Unidades Básicas de Saúde do município de Uberaba.. Para embasar a análise nos remetemos a trajetória da psicologia no serviço público, a contextualização da psicologia na atenção básica à saúde (ABS) e a relação entre atenção básica e promoção de saúde. A abordagem teórico metodológica escolhida foi a qualitativa devido a possibilidade de compreender cada profissional em sua singularidade. Foram entrevistados vinte e seis psicólogos que atuam na atenção básica, a maioria deles tem mais de dez anos de formado e exerce a clínica particular como atividade fora do serviço público. Para a análise dos dados, selecionamos dois temas: demanda e promoção de saúde. Em relação à demanda,, os participantes da pesquisa relataram que houve um aumento da demanda espontânea e dos encaminhamentos realizados por outros profissionais. As filas de espera fazem parte do cotidiano dos serviços e não há questionamento por parte dos profissionais sobre como enfrentá-las. As principais demandas para o serviço se dividem em função da fase do ciclo vital e se distribuem entre as crianças, os problemas de aprendizagem; entre os adolescentes, questões de relacionamentos intrafamiliares, drogas e aqueles pertinentes à sua fase de desenvolvimento; e em relação aos adultos, depressão, ansiedade e relacionamentos familiares. Em relação à promoção de saúde, os participantes relataram que são desenvolvidas mais ações de prevenção do que de promoção; as concepções de saúde se relacionam à transmissão de informações/orientações sobre qualidade de vida e prevenção; a relação estabelecida entre psicologia e promoção é prioritariamente através de intervenções individuais durante os atendimentos. Sendo assim, a demanda tem sido construída a partir da perspectiva dos profissionais impossibilitando a relação dialógica entre usuário, serviço e profissional. A abordagem adotada para enfrentar a demanda que se constituiu ainda é pautada num modelo clínico individual que exclui o potencial da coletividade. O modelo explicativo do processo saúde-doença destes profissionais permanece pautado em uma perspectiva clássica e cartesiana que não tem espaço para ações efetivas de promoção de saúde, visto que esta não é compreendida de forma integral pelos profissionais. Consideramos, portanto, que as dificuldades encontradas para uma prática psicológica na atenção básica à saúde (ABS) deve ser compreendida a partir de várias dimensões: a formação do profissional centrada no modelo clínico individual, diferente do que se espera de sua atuação no contexto da ABS; a organização do serviço que mantém este modelo e da ausência da prática de educação permanente nos serviços que contemple este lapso da formação do profissional; e, por último, o profissional que se posiciona de forma acrítica frente a uma realidade não refletida durante sua formação. Neste sentido, é fundamental que haja uma revisão nos currículos dos cursos de formação, uma adequação na forma de registro das ações da psicologia, e o reconhecimento, por parte do profissional, da necessidade de mudança em suas propostas e reconhecimento do usuário como sujeito. E sobretudo, consideramos ser importante a reflexão dos psicólogos(as) a respeito de sua identidade no serviço público e na atenção básica que possibilite o posicionamento ético e político dos profissionais diante do contexto da ABS. Palavras chave: Psicologia; Atenção básica à saúde; Demanda; Promoção de saúde.