Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Chaves, Carlos Jaelso Albanese
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Orientador(a): |
Nogueira, Eloy Eros da Silva
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Positivo
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Administração
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Departamento: |
Pós-Graduação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/2017
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Resumo: |
A presente pesquisa buscou conhecer a gestão de cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Tais empreendimentos possuem características peculiares de trabalho conjunto, comprometidas com uma gestão participativa e que, recentemente, em função da Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, receberam atenção especial do Governo Federal. Embasados na Lei da PNRS, alguns municípios motivaram a criação de cooperativas de catadores para atender à coleta seletiva e para tanto, os catadores que trabalhavam nas ruas foram inseridos pela prefeitura em um empreendimento solidário, a cooperativa. De tal modo, a presente pesquisa buscou apresentar as possibilidades da autogestão em cooperativas de catadores motivadas pelo poder público, desenvolvendo um estudo sobre as práticas de gestão à luz da teoria social da aprendizagem. Para tanto, foi apresentado o seguinte problema de pesquisa: como os catadores inseridos em uma cooperativa motivada pelo poder público aprendem as práticas de gestão do empreendimento solidário e atuam para minimizar a influência do agente público para que a autogestão seja possível? Em busca de respostas a essa questão, este estudo fundamentou-se na teoria do cooperativismo e na teoria social da aprendizagem situada, considerando principalmente, os estudos de Wenger (2001) e Lave e Wenger (1991). Três cooperativas motivadas pelo poder público fizeram parte deste estudo. Por meio da entrevista narrativa, o estudo contou com a participação de dezessete entrevistados (cooperados, um ex-associado, catadores e um técnico ambiental). A pesquisa utilizou também, a técnica da observação, da coleta de documentos e de fotografias. Pela análise da narrativa e a triangulação dos dados, os resultados encontrados apresentaram os motivos que levaram os catadores a procurarem por uma cooperativa ou permanecerem nelas quando inseridos pelo poder público, a aprendizagem das práticas de trabalho, a gestão e autogestão, e as emoções que emergiram neste estudo por permearem as práticas do trabalho do catador e dos cooperados. Foi revelado neste estudo que os cooperados estão em um constante processo de aprendizagem. Participam de sua comunidade de prática e, com o tempo, estão adquirindo domínio em determinadas práticas, enquanto em outras, continuam periféricos. A questão da autogestão permeia todo o estudo porque o conhecimento que os cooperados adquirem ao longo do tempo com suas participações nas práticas sociais possibilita o caminhar em direção ao domínio das práticas de autogestão. Esta pesquisa identificou a emoção como um importante componente que afeta o processo de aprendizagem nas cooperativas de catadores e, por isso, foi sugerido a emoção como um componente para o processo de aprendizagem, considerando para isso, a teoria de Lave e Wenger. Foi observado que pela participação mais ativa, os cooperados dominam certas práticas, vão aprendendo e se tornando competentes em suas tarefas, vão experienciando o mundo que os cerca, isto é, o ambiente da organização solidária, e vão se engajando ativamente nele, e, também, criam histórias pessoais e coletivas no contexto da experiência cotidiana, de forma que a participação social se dá em um processo de aprendizagem, de conhecer. Por fim esta pesquisa considerou que o agente público distancia-se e deixa de exercer seu poder sobre a cooperativa conforme os cooperados vão adquirindo o conhecimento das práticas sociais, o domínio do saber fazer na prática, o conhecimento que lhes proporciona o poder para negociar com o órgão público, o poder para decidirem juntos com a prefeitura as questões sobre a coleta seletiva. Tal poder está relacionado ao conhecimento que adquiriram ao longo do tempo, que foram aprendendo pelo engajamento nas práticas, negociando significados e se identificando com as atividades da cooperativa e assim, construindo juntos, as práticas de autogestão. |