Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Fabrício, Joiceli dos Santos |
Orientador(a): |
Ferreira, Fabio Vizeu
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Positivo
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Programa de Pós-Graduação: |
PPG1
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Departamento: |
Administração
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/3978
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Resumo: |
É cada vez mais relevante o papel que as mulheres têm desempenhado no campo empreendedor brasileiro e mundial. Todavia, percebe-se uma insuficiência nos estudos mainstream para retratar adequadamente a questão das relações de gênero a que a mulher empreendedora está exposta. Isso porque devemos considerar que a prática do empreendedorismo também é mediada pela mesma tensão das relações de gênero estabelecida pelos pressupostos tradicionais da sociedade. Para tanto, esta tese tem como objetivo analisar quais os desafios e violências foram vividos a partir das narrativas das participantes do Grupo Mulheres Empreendedoras de Guarapuava. O referencial toma por base as “ausências” da discussão sobre gênero no campo do empreendedorismo feminino, no qual é, atualmente, tratado apenas como uma categoria binária, o aporte da teoria feminista, bem como as contribuições de Joan Scott, Hanna Arendt e Michel Foucault. Entendemos que é necessário e urgente que se problematize o empreendedorismo feminino em sua essência: a histórica desigualdade entre homens e mulheres, dando-lhe uma ressignificação que incorpore a sua problematização. Quanto ao delineamento dos procedimentos metodológicos este foi um estudo qualitativo de natureza interpretativista, ou seja, consideramos os aspectos da subjetividade como elementos fundamentais na noção de realidade dos sujeitos e, consequentemente, na dimensão social. Nesse sentido, por ser também mulher e empreendedora, nos percebemos ao mesmo tempo como pesquisadora e como sujeito de pesquisa e partimos para uma reflexão autoetnográfica, como etapa para aprofundar as questões levantadas em campo. Foram realizadas ainda 14 entrevistas, analisadas por meio da pesquisa narrativa. A partir da construção teórica e da referência empírica, nossa resposta a essa lacuna teórica se inspira em Scott (1995) e propõe a ressignificação do construto denominado “empreendedorismo feminino ressignificado”, passando a considerar a assimetria de poder, a violência e o machismo que a mulher enfrenta ao criar e manter o seu negócio. A pesquisa mostrou que as narrativas das experiências vividas revelam uma dificuldade adicional ao empreendedorismo praticado por estas mulheres, considerando que são condicionadas socioculturalmente a se sobrecarregar para dar conta de tantas atividades. Os relatos apontam ainda um continuun de violência e desafios: a violência explícita, a violência percebida na prática empreendedora e a violência simbólica, sofrida e praticada. Por meios das narrativas, tivemos acessos há casos que quase tiveram um desfecho trágico. A violência xi simbólica permeia o cotidiano das empreendedoras, sendo que algumas não se dão conta, ou naturalizam essas situações de dominação masculina. |