Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Bosshard, Claudete Aparecida Garcia
 |
Orientador(a): |
Momesso, Maria Regina
 |
Banca de defesa: |
Palma, Glória Maria
,
Ferreira, Fernando Aparecido
 |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade de Franca
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Mestrado em Linguística
|
Departamento: |
Pós-Graduação
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/1050
|
Resumo: |
O objetivo desta dissertação foi refletir e identificar como as práticas escrileitoras que circulam na internet constroem identidade(s) de adolescentes do ensino médio profissionalizante a partir de análises de perfis e postagens em homepage na rede social Facebook. Os sujeitos da pesquisa estão inscritos nesta rede social, apontada, hoje, como a maior rede de relacionamento circulante na Internet. Os pressupostos teórico-metodológicos que embasam este estudo contemplam a Análise do Discurso Francesa, que entende a leitura e a escrita como um processo, uma prática social e discursiva, múltipla, plural, ambígua por si própria, permeada e perpassada pelas condições de produção, circulação e recepção de dado momento histórico. Foram mobilizados: Pêcheux para os conceitos clássicos da análise de discurso; Orlandi e Chartier para as questões da leitura; para o conceito de escrileitura a acepção de Kristeva e Barthes; Foucault, para os estudos da prática discursiva, ordem discursiva e técnicas e escrita de si. No que tange à virtualidade, abarcou-se nos estudos de Lévy e Recuero. Bauman e Hall para tratar de identidade na sociedade líquido moderna. O corpus de análise se constitui em 38 homepages de adolescentes do ensino médio profissionalizante de uma escola pública do interior de São Paulo, de ambos os sexos com idade entre 15 e 17 anos, escolhidos aleatoriamente entre os amigos virtuais da pesquisadora. A pesquisa faz parte do Projeto do Observatório da Educação - Edital/2010 intitulado Linguagens, Códigos e Tecnologias: práticas de ensino de leitura e de escrita na Educação Básica – Ensino Fundamental e Médio, chancelado pela CAPES/INEP/OBEDUC. Pela dinamicidade e estrutura da rede social Facebook, o sujeito se manifesta ora como leitor, ora como escritor (escrileitor), num movimento que é possível interagir, emitir opiniões e questionar acerca dos diversos tipos de discursos, conforme mostrou o resultado da pesquisa, em que as vozes desses jovens foram materializadas em suas leituras e em suas escritas em discursos religiosos, políticos, e, também, em sua sexualidade. O resultado apontou, também, na indicação de livros, comunidades e postagens a preferência de leitura por autores estrangeiros (americanos e ingleses), que abordam de forma fantasiosa o mundo do adolescente como namoricos de escola, rivalidade entre alunos, amizade, companheirismo, fidelidade e outros. Percebeu-se também julgamento de valor em relação às leituras indicadas em algumas postagens (leitura erudita e leitura de massa), e tal fato estabelece uma ordem discursiva em relação a determinadas leituras, nas quais o adolescente não assume que as lê para não ter sua imagem de leitor maculada pelo colega reconhecido como bom estudante e um leitor erudito. Dessa forma, o Facebook é um espaço social de práticas discursivas relevantes para o conhecimento de questões abordadas pelos adolescentes fora da escola, mas que deve ser considerado e trabalhado junto com o conteúdo formal da educação básica. Formando, assim, leitores e escritores capazes de conhecer, adequar e interpretar o uso das linguagens, dos códigos e suas tecnologias em variados espaços, suportes e gêneros discursivos. Palavras-chave: Escrita de si; identidade; adolescentes; Facebook; práticas discursivas. |