Agricultura urbana e práticas sociais inovadoras para sustentabilidade: estudo de caso de uma horta comunitária de Curitiba (PR)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Angelo, Cristiane Longhi de lattes
Orientador(a): Cunha, Sieglinde Kindl da lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Administração
Departamento: Pós-Graduação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.cruzeirodosul.edu.br/handle/123456789/1920
Resumo: Diante de desafios da sustentabilidade, mudanças mais amplas e novos direcionamentos se mostram necessários. Na dinâmica da vida social, diversas mudanças ocorrem incessantemente no por meio de inovações, levando em conta a participação ativa da sociedade civil e suas ações mobilizadoras. A exemplo, produção urbana de alimentos de forma comunitária, promotora de saúde, desenvolvimento social, autonomia financeira, capacitação e com alto nível de governança articulase com empresas e instâncias governamentais num esforço comum favorável à sustentabilidade. Nesse contexto, este estudo se interessou em investigar a prática inovadora de horta comunitária em Curitiba (PR), especialmente a iniciativa da Horta do Rio Verde, premiada internacionalmente em 2016 como exemplo de resiliência urbana. O interesse foi acompanhar a rotina de atividades dos hortelões e levantar elementos para compreender a dinâmica de transformações sociais, como as iniciativas de agricultura urbana. Como suporte teórico, este estudo se amparou das abordagens da Teoria da Prática Social e da Inovação para Sustentabilidade, esta pela perspectiva de Análise Multinível das Transições Sociotécnicas. Na busca por compreender a interação, voltada à sustentabilidade, os objetos de análise, a prática social de cultivo de horta comunitária e os sistemas sociotécnicos, foram olhados simultaneamente atentando para suas interações e a dinâmica de inovações sustentáveis. A pesquisa adotou a abordagem qualitativa, com estratégia de estudo de caso e a investigação em campo ocorreu pelos métodos de observação participante e entrevista narrativa, levando em conta a profundidade e aproximação da pesquisadora com o objeto de análise, o que permitiu apreender elementos interconectados da prática e teve como métodos de análise o itinerário das práticas e análise de narrativa. Dessa forma, a narrativa esteve presente na descrição dos resultados quando da análise das práticas, considerando os fazeres e dizeres dos praticantes, sob o olhar da pesquisadora. A realidade investigada revelou a interação da prática de horta com a dinâmica do desenvolvimento sociotécnico de 2 sistemas, sendo a Gastronomia, com dinâmica de inovações de nicho, onde há iniciativas sustentáveis de cultivo de alimentos orgânicos, tecnologias sociais, plantio com aproveitamento de resíduos, e fornecimento alternativo a restaurantes; e a Gestão Pública e Governança, com mobilizações da sociedade civil, como a permissão para cultivo de alimentos em espaços públicos. Ao interseccionar com outras atividades e normas, a prática de horta acabou refletindo suas características e desempenho na dinâmica dos sistemas sociotécnicos identificados. Em particular, identificou-se 5 feixes inovadores de prática-arranjo, sendo 2 com o Sistema da Gastronomia e 3, com Sistema da Gestão Pública e Governança, e constatou-se que a intersecção propiciou um contexto favorável a mudanças nos sistemas relacionados, sendo como ambiente de experimentação ou como fomento de iniciativas de nicho. Quanto aos efeitos na prática, identificou-se novos entendimentos, regras e atividades, e o cultivar alimentos em uma área compartilhada assumiu outros significados e motivações. Constatou-se que não é recomendável integrar ou fundir as duas abordagens teóricas; no entanto o olhar simultâneo, embora desafiador, revela a complexidade com que a agricultura urbana e práticas sociais compõem transformações sustentáveis.